Você sabe o que é aneurisma? É muito recorrente confundirmos essa disfunção arterial com um acidente vascular cerebral, entretanto, não é a mesma coisa! Saber a diferença entre os dois é crucial, pois deixa as pessoas mais conscientes e preparadas para lidarem com as suas saúdes.
Primeiramente, é importante alertar que o aneurisma não é uma moléstia restrita ao cérebro, outras partes dos nossos corpos também são acometidas por essa alteração nos vasos sanguíneos. É de suma importância sinalizar também que, nós mulheres somos um grupo de risco para o desenvolvimento dessa mazela no cérebro, principalmente quando chegamos à pós-menopausa, (consequentemente) estamos com mais de 50 anos.
Sim, é uma doença grave e a melhor maneira de combatê-la é através da informação, pois quando tornamos cientes do que causa a disfunção, assim como, quando estamos por dentro das maneiras de prevenir, de tratar e lidar com a moléstia, o processo de tratamento se torna mais pragmático e com maiores chances de sucesso.
O que é ?
É uma dilatação discrepante em um vaso sanguíneo (artéria ou veia), resultante do enfraquecimento de sua estrutura. Essa alteração estranha pode ser de três formas:
- Fusiforme;
- Sacular;
- Dissecante.
Além da forma, os aneurismas são classificados pela origem. Veja a seguir as origens que propagam a deformação do vaso sanguíneo:
- Aterosclerótico;
- Infeccioso;
- Congênito.
Locais possíveis de desenvolver a deformação
Conforme foi mencionado no texto não é exclusividade do cérebro essa alteração nas paredes das artérias, outros locais também podem ser acometidos, e são ainda mais graves do que o aneurisma cerebral.
A nossa artéria chamada de aorta é um vaso sanguíneo de extrema relevância para o nosso organismo, e ela pode desencadear um aneurisma em dois pontos de sua estrutura, na região torácica ou na abdominal.
Aneurisma cerebral X AVC
Chegou o momento de nos aprofundarmos ainda mais, e sabermos a distinção entre um e outro. De acordo com o que foi apresentando no texto é sabido que o aneurisma cerebral é a dilatação de uma artéria que se encontra no cérebro, já o AVC é a falta ou excesso de irrigação sanguínea na região. Ou seja, a pessoa pode ter a deformidade no vaso sanguíneo, e se ocorrer a ruptura poderá desencadear um acidente vascular cerebral hemorrágico.
“Aneurisma cerebral é a dilatação anormal de uma artéria que irriga o cérebro, geralmente localizado nos pontos em que ela se bifurca (mais frágeis). Pode se romper e causar uma hemorragia cerebral ou permanecer sem estourar durante toda a vida.”
-Rede Brasil AVC.
Causas e fatores de risco
- Histórico familiar;
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Colesterol alto;
- Tabagismo;
- Consumo excessivo de álcool;
- Pessoas com mais de 50 anos;
- Consumo de drogas;
- Aterosclerose;
- Doença renal policística;
- Traumas na cabeça, tórax e/ou no abdômen;
- Menopausa;
- Inflamações sanguíneas.
O aneurisma na menopausa
Lembra quando foi citado que as mulheres têm maior pré-disposição para sofrer da dilatação dos vasos sanguíneos no cérebro? E as que estão com mais de 50 anos são as mais vulneráveis? Isso porque, a menopausa quase sempre se estabelece após essa faixa etária, assim como, todo esse desequilíbrio hormonal que acontece deixa as nossas artérias e veias enfraquecidas.
O motivo? A falta de estrogênio! Essa hormona é responsável por garantir a proteção das paredes dos vasos sanguíneos, e quando o nosso corpo fica com baixos níveis dela, ficamos a mercê das modificações nas estruturas, assim como de doenças vasculares. Por isso, nos tornamos um grupo de risco para o aneurisma cerebral.
Sintomas
Ter uma deformação nos vasos não necessariamente indica a apresentação de algum sinal, a pessoa pode estar nessa condição há alguns anos e não apresentar nenhum sintoma, ou seja, assintomáticos.
Entretanto, dependendo do tamanho da dilatação, poderá ocorrer a compressão de outras regiões do corpo, causando impactos e gerando alertas.
Sintomas quando ocorre o sangramento
Quando ocorre a ruptura da artéria (ou veia) os sintomas que são mais recorrentes são:
- Perda da visão;
- Visão borrada;
- Tosse;
- Tontura;
- Crises convulsivas;
- Forte dor de cabeça (súbita);
- Sensação que a cabeça está quente;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Dores nos olhos;
- Rigidez no pescoço;
- Dores no pescoço;
- Sonolência;
- Confusão mental;
- Perda da consciência;
- Dormência;
- Redução da sensibilidade corporal.
Vale acrescentar ainda que, a escala e proporção sintomática será equivalente ao tamanho do sangramento. Em alguns casos a ruptura chega até mesmo a ocasionar a morte da pessoa.
Diagnóstico
Quando não há a ruptura da artéria dilatada, não é uma tarefa rotineira diagnosticar a moléstia, pois não faz parte da rotina médica sondar um possível aparecimento de uma dilatação. Portanto, a maioria dos casos, o diagnóstico se dá pós-ruptura. Todavia, dependendo dos sintomas apresentados e o quadro de saúde da pessoa, os especialistas irão sondar se há uma possível dilatação e ruptura da mesma.
Diagnóstico pós-ruptura
Os médicos solicitarão alguns exames para analisar e investigar a situação do sangramento. Os exames que normalmente serão necessários são:
- Tomografia computadorizada;
- Punção lombar;
- Angiografia cerebral;
- Angiotomografia;
- Ressonância magnética;
- Ecografia;
- Ecocardiograma.
Infelizmente, a grande parte das deformidades nos vasos são detectados apenas após o sangramento, o que é uma lástima, pois se fossem identificados antes, as chances de se estruturar uma terapêutica assertiva seria maior.
O tratamento
O tratamento se dará de acordo com a integridade do vaso sanguíneo, ou seja, se ele está roto (rompido) ou não. Nos casos em que ocorreu a ruptura a pessoa precisa ser encaminhada o quanto antes para a cirurgia, pois quanto mais rápido for a tratativa maiores serão as chances de salvar a vida.
Quando a dilatação arterial não se rompeu, os especialistas irão analisar criteriosamente cada caso, pois dependendo o tamanho da deformação, o histórico de vida da pessoa, bem como, outros fatores, talvez não seja uma boa escolha optar por uma cirurgia.
Existem pessoas que possuíam uma alteração no vaso, entretanto, ela não se rompe. Cada caso será analisado no singular, e com as suas particularidades. Se for optado pela cirurgia, os médicos recorrerão para uma das técnicas abaixo:
- Clipagem;
- Embolização;
- Intervenção cirúrgica (prótese);
- Introdução de stent.
“No tratamento dos aneurismas cerebrais a embolização por via endovascular é hoje uma importante forma terapêutica. Em geral as equipes atuam de forma multidisciplinar na decisão de qual metodologia, ou seja, microcirurgia ou embolização, será o melhor e mais confortável abordagem para cada tipo e cada condição física do paciente.”
-Dráuzio Varella.
As complicações e sequelas
Para as mulheres que foram diagnosticadas com essa moléstia, entretanto, ela não se rompeu, uma possível complicação primária é a ruptura e o sangramento. Quando acontece a ruptura, as complicações e as sequelas são inúmeras, e podem ocorrer até mesmo após a cirurgia. Veja a seguir as possíveis complicações pós-sangramento:
- Acidente vascular hemorrágico;
- Trombose;
- Ressangramento;
- Hipotensão pós-cirúrgica;
- Vasoespasmo;
- Hiponatremia;
- Hidrocefalia;
- Paralisia;
- Dificuldades motoras;
- Dificuldades na fala;
- Coma;
- Morte.
Prevenção
A prevenção perpassa pelo intermédio de hábitos saudáveis, não deixe de realizar um check-up médico, no mínimo uma vez por ano. Aproveite para averiguar os índices do seu colesterol, bem como, como está a sua pressão arterial. Busque o acompanhamento de um endocrinologista para consultar os níveis dos seus hormônios. Talvez seja recomendável a suplementação estrogênica, caso os resultados dos seus exames estejam muito abaixo do recomendado.
Pratique atividades físicas regularmente, procure fazer algo que lhe traga prazer e promova o bem-estar para o seu corpo. Que tal entrar em uma aula de dança? Não se esqueça de melhorar os seus hábitos alimentares. Já pensou em encarar uma dieta alimentar?
Se você é fumante, pare de fumar, pois o cigarro é um complicador para nós mulheres. Fique sempre atenta ao seu corpo, ao notar qualquer alteração procure um médico. Não negligência a sua saúde.
Eu tenho um aneurisma!
Se você foi diagnosticada com uma deformação no vaso, entretanto, ela não se rompeu, talvez você não precise passar por um procedimento cirúrgico, pois conforme foi mencionado no tópico de tratamento, dependendo do tamanho da dilatação, os riscos são bem baixos de ocorrer um rompimento.
Entretanto, o acompanhamento médico deve ser em maior frequência, bem como, os cuidados para com a sua saúde devem ser feitos com seriedade e compromisso. A seguir nós trouxemos uma tabela que traz as chances de ocorrer a ruptura de acordo com o tamanho, bem como, é feito ainda, uma explanação que demonstra através do diâmetro, de quanto em quanto tempo você deve realizar os seus exames médicos.
Algumas recomendações
Se você tem ou não, no mínimo uma vez por mês é de suma importância a realização de uma visita ao seu médico. Não hesite em solicitar alguns exames para obter informações sobre a sua saúde, bem como, seja verdadeira e leal com o seu corpo e para com o seu médico.
Repasse para o seu especialista toda e qualquer alteração que for notada em seu organismo. Para as mulheres que já estiveram casos de aneurisma na família, o cuidado deve ser redobrado! Solicite você mesma uma tomografia ou uma ressonância, mesmo que o doutor não tenha recomendo. A sua saúde é de sua responsabilidade! Cuide dela.
Interessante, não é?! Deixe o seu comentário dando o seu depoimento sobre o aneurisma. Participe.