Pressão alta e menopausa: a dupla explosiva!

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A pressão alta somada a menopausa pode ser um grande fator de risco para a vida das menopausadas.

O sexo feminino sofre muito com a chegada da menopausa, e essa alteração no organismo de ordem hormonal, desencadeia inúmeros problemas como: as ondas intensas de calor e a osteoporose.

Entretanto, há uma doença muito grave e silenciosa que assola mulheres menopausadas, e que quase sempre é negligenciada afetando a saúde e o bem-estar corporal. Sim, estamos falando da pressão alta. A sua presença na menopausa está intrinsecamente vinculada com a perda da proteção hormonal, pois sem o estrogênio aumentam-se os riscos de doenças cardiovasculares.

Entenda o que é a hipertensão arterial

A pressão alta é também conhecida como hipertensão arterial – é a condição onde a força exercida pelo fluxo sanguíneo contra as paredes da artéria é muito intensa.

Usualmente os especialistas consideram uma mulher com hipertensão quando ela apresenta a pressão arterial acima de 14/9.

“Como critério atual de diagnóstico – com pressão sistólica, ou máxima, igual ou superior a 140 e a diastólica, ou mínima, maior ou igual a 90 mmHg -, a prevalência de hipertensão feminina varia de 22,3% a 43,9%, especialmente entre mulheres com sobrepeso ou obesidade. Este número aumenta com o avançar da idade e a partir da menopausa: dados recentes indicam que até 80% das mulheres irão desenvolver hipertensão arterial a partir dessa fase.”

Graziela Lanzara, coordenadora médica do Programa de Gestão de Doenças Crônicas do Fleury

Atenção! Mulheres que estão na menopausa e estão com a pressão arterial acima de 18/12 devem procurar um respaldo médico imediatamente! Pois, essa mensuração da pressão arterial é considera grave e pode aumentar ainda mais a probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares.

Uma pesquisa realizada pelo National Health and Nutrition Examination Survey identificou que a partir da entrada na menopausa, as mulheres passam a ser o grupo vulnerável para um possível desenvolvimento de pressão alta. A pesquisa ainda identificou, que os homens com 20 anos são os mais propensos a terem a doença, todavia ao longo da maturação (a partir dos 50 anos), eles deixam de ser os mais impactados e as mulheres assumem essa posição.

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Prevalência de hipertensão arterial em adultos norte-americanos com idade acima de 20 anos. Fonte: 2005 Heart Disease and Stroke Statistical Update. National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES): 1999-2002.

Pressão alta e menopausa podem desencadear juntas doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em mulheres, e a pressão alta é um fator de risco, pois pode desencadear um acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, uma DAC (doença arterial coronária), uma doença renal crônica, dentre outras doenças gravíssimas. Pesquisas nacionais na área da saúde, estimam que as doenças cardiovasculares representem 1/3 de todas as causas de morte entre as mulheres brasileiras.

A pressão alta é responsável por uma grande parcela dessas mortes. Veja o gráfico a seguir com a porcentagem de mortes provenientes da hipertensão arterial:

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Porcentagem de morte ocasionadas por doenças que possuem como desencadeante a pressão alta

Sintomas

A hipertensão quase sempre não apresenta sintomas, por isso, é conhecida como uma doença traiçoeira – o seu agravamento e o não tratamento já resultam em outras doenças em cadeia. Todavia, mulheres na menopausa que sofrem de pressão alta grave podem apresentar os sintomas abaixo:

  • Dor de cabeça intensa – principalmente na região da nuca;
  • Borramento da visão;
  • Tontura;
  • Mal-estar;
  • Falta de ar;
  • Dor no peito.

A equação: pressão alta e menopausa é ainda mais agravante, pois os incômodos gerados pela supressão dos ciclos menstruais já são altamente perturbadores – imagina ter que lidar com a menopausa e com uma doença que é uma bomba relógio, e que a qualquer momento pode explodir?

 Prevenção

Os especialistas recomendam que as mulheres a partir dos vinte anos já comecem a tomar medidas precatórias contra a pressão alta. Além da herança genética os nossos hábitos e comportamentos refletem diretamente na obtenção dessa moléstia.

“Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, todo indivíduo com mais de 20 anos deve medir a pressão arterial ao menos uma vez ao ano, mesmo aqueles sem qualquer sintoma. As mulheres até a menopausa têm hormônios que protegem os vasos e favorecem o bom funcionamento do fluxo sanguíneo, apresentando, portanto, menor chance de desenvolver hipertensão arterial e doenças cardiovasculares que os homens da mesma idade.”

Graziela Lanzara, coordenadora médica do Programa de Gestão de Doenças Crônicas do Fleury

Alguns fatores são considerados gatilhos para a hipertensão, portanto, eles devem ser evitados e/ou controlados. Veja os fatores de riscos:

Um estilo de vida regrado com uma boa alimentação, com uma dieta pobre em sal, atividades físicas regulares e visitas médicas periódicas já são de grande relevância para a prevenção da hipertensão. Para o controle do estresse, talvez seja positiva a procura de um psicólogo (a) para identificar os estímulos que estão envolvidos nesse processo de adoecimento mental, bem como, explanar sobre as angústias e ansiedades.

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Outro ponto de alerta na pressão alta e menopausa é a depressão – muito recorrente em mulheres menopausadas. Estudos demonstraram que há uma correlação entre as emoções e o controle das funções do organismo, sejam essas funções endócrinas ou do sistema nervoso autônomo. As alterações prolongadas de humor, os estados depressivos e os sofrimentos psíquicos de um modo geral, podem propiciar a elação da pressão arterial.

Pressão alta e menopausa: o tratamento mais adequado

O tratamento para a pressão arterial além das alterações dos hábitos e dos comportamentos de riscos é constituído por medicamentos nos casos em que os autocuidados não surtiram o efeito desejado, ou seja, não reduziu a pressão arterial. Os medicamentos mais utilizados pelos médicos são:

Bloqueadores beta-adrenérgico

Eles retardam a frequência cardíaca e diminuem a pressão arterial. Em colírios esse medicamento reduz a pressão ocular.

Inibidores da enzima de conservação da angiotensina

São responsáveis pelo o relaxamento dos vasos sanguíneos, reduzem a pressão arterial e previnem os danos aos rins correlacionados ao diabetes.

Os anti-hipertensivos

São incumbidos da missão de reduzirem a pressão arterial.

Diuréticos

Aumentam a produção de urina para que o organismo possa liberar o excesso de sal e água.

Bloqueadores dos canais de cálcio

São responsáveis pelo o relaxamento dos vasos sanguíneos.

É possível viver bem com a pressão alta e a menopausa juntas, desde que sejam tomadas as medidas necessárias e que os tratamentos sejam realizados regradamente, bem como, uma reestruturação definitiva no estilo de vida. Você já aferiu a sua pressão arterial hoje?

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2 COMENTÁRIOS

  1. Minha mãe estava com sintomas de menopausa há mais ou menos um ano atrás, faz 7 meses que ela não menstruada mais. Antes disso e inclusive agora, ela sente mal estar, tá com pressão alta, começou a sentir tontura. Foi ao médico, porém, o medicamento não está fazendo efeito, Aradois 50mg. Estou muito preocupada 🙁

    • Olá Brenda. Como fazem 7 meses, ainda não podemos constatar a menopausa, porém nitidamente ela está no climatério. Remédios para pressão variam muito de acordo com cada organismo e cada pessoa reage de uma maneira. Indicamos que ela busque um outro médico que indicará outro princípio ativo que mais se adapte à condição dela. Enquanto isso, fique de olhe na alimentação que deve ser rica em fibras e longe de gorduras. Desejamos melhoras a sua família.

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