A mulher como chefe de família: a polivalência feminina!

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Além de uma dupla jornada exaustiva, elas precisam driblar todos os obstáculos impostos pela sociedade.

Uma mulher como chefe de família é muito comum em qualquer casa que você resolver entrar para dar uma conferida. O sexo feminino está a cada dia que passa arregaçando cada vez mais as mangas da blusa e fazendo não apenas uma limonada, mas também um mousse e uma torta com os limões que a vida tem fornecido.

O número de mulheres que passaram a chefiar as suas famílias cresceu consideravelmente em nosso país. Hoje em dia, as mulheres têm que dar conta da educação dos filhos, dos afazeres domésticos, das finanças da casa, dos seus empregos e de tudo que envolve essa atmosfera puxada e exaustiva.

Uma pesquisa realizada pelo IBGE informou que apenas no intervalo de um ano, de 2014 a 2015 mais de 1,4 milhão de mulheres passaram a exercer a função de chefe de suas famílias. A pesquisa aponta que as casas que possuíam uma mulher como referência em 2015 representavam 39,8% do total. Em apenas dez anos – de 2004 a 2014, elas assumiriam nada mais nada menos que 67% dos lares.

A mulher como chefe de família e a dupla jornada

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É muita disposição para vencer os obstáculos de uma sociedade retrograda, machista e sexista.

Ser chefe de família para as mulheres é sinônimo de dias puxados e corridos, ao contrário dos homens, elas trabalham fora e assumem a gestão dos afazeres domésticos (sabemos muito bem que a organização e manutenção de uma casa não é uma tarefa nada fácil de se executar!). A mulher se desdobra em dez para minimamente conseguir fazer do seu dia, um dia com quase 48 horas para conseguir arrumar a casa, preparar as refeições, administrar as despesas e ainda labutar.

Se não bastassem os dilemas corriqueiros da administração de uma casa, elas são as responsáveis pela educação dos filhos e de todos os cuidados cabíveis para o desenvolvimento deles. São assuntos escolares para resolver, alimentação, afeto, manutenção dos relacionamentos e vínculos, problemas dos pequenos, observação de condutas e comportamentos e os diversos gastos, e muitas vezes sem o suporte e o auxílio paterno.

A única ajuda disponível é o apoio de outra mulher que quase sempre é a mãe, ou uma pessoa muito próxima da família, que por sua vez também é do sexo feminino. É uma corrente de ajuda feminina, um caís, um porto de amparo que faz delas a esperança e o refúgio uma das outras.

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Todas as tarefas domésticas citadas acima foram realizadas e o dia ainda nem começou! Pois, precisam enfrentar a jornada de trabalho longa e cruel! Cruel porque a mulher trabalha muito mais que o homem e recebe menos. Sim, não basta ser arrimo de família! Tem que ser mágica para conseguir dar conta de fechar o orçamento todos os meses.

Tem que ser uma super mulher para lidar com a pressão do trabalho por resultados e não surtar, pois o filho está na escola, todavia, a direção acabou de ligar informando que ele está com 29 graus de febre. Após uma jornada estarrecedora, se engana quem acha que agora ocorrerá o merecido descanso! Ela precisa fazer a janta, conferir a agenda e as lições escolares, sondar se tudo ocorreu dentro dos conformes na vida das crianças e apoiar uma amiga ou algum familiar que está passando por uma tremenda barra.

Há ainda mulheres chefes de família que saem do trabalho e vão direto para a faculdade chegando apenas no começo da madrugada em seus lares, tendo apenas como amostra de afeto o suspiro dos seus filhos dormindo na cama.

Monoparentabilidade feminina e a sociedade

A sociedade ainda é muito inquisidora com as famílias monoparentais femininas. É esperado que essas famílias que são chefiadas por mulheres estejam fadadas a pobreza e ao desequilíbrio sócio-psíquico, que os seus membros tenham mais dificuldade em se sobressair perante aos outros e que amarguem o pesar por não serem criados em uma família nuclear tradicional, todavia, esse  discurso é completamente  ultrapassado e preconceituoso!

Inúmeras pessoas estão galgando novos espaços e posições tendo como base uma mãe que os criou sozinha, ou era o arrimo da família. Hoje em dia existem diversos sistemas familiares, e eles precisam ser respeitados e reconhecidos pela sociedade, pelos órgãos públicos e privados.

Algumas décadas atrás as mulheres amargavam o sabor e pagavam o preço por serem divorciadas, viúvas ou mães solos, elas eram perseguidas e hostilizadas injustamente, ainda hoje é observado resquícios desses paradigmas maléficos e ultrapassados.

A mulher ao longo dos anos lutou e ainda luta pelo seu espaço e pelo seu reconhecimento. Muita coisa mudou, entretanto, há muito a ser alterado. A discrepância entre os gêneros precisa ser aniquilada. Não é justo, e é desumano para com o sexo feminino.

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A mulher que é chefe de família conta quase sempre apenas com a ajuda de uma outra mulher.

A mulher como referência no seio familiar

É unanime a associação da mulher com a palavra cuidado. Logo cedo, quando ainda são pequenas meninas, elas são estimuladas a desenvolverem a habilidade para o cuidado, seja das bonecas ou da casinha. O tempo passa e é extremamente cobrado do sexo feminino que se tenha obrigatoriamente essa pré-disposição.

As mulheres são as responsáveis por cuidar dos filhos, dos seus pais, do cônjuge e de qualquer outra pessoa que necessite de amparo, tanto que a grande maioria das profissões consideradas “femininas” eram sempre atreladas a algum tipo de cuidado, por exemplo: magistério, enfermagem, parteira e etc. Notou que essas profissões de uma forma ou de outra estão respaldadas no zelo? Ao longo dos anos muita coisa mudou, todavia, ainda é exigido delas a habilidade de cuidado para com os outros.

O mercado de trabalho se dinamizou e a mulher já não quer mais apenas a fatia do bolo que para ela é imposto. Ela quer fazer e confeitar o seu próprio bolo! Escolher a sua profissão conforme o seu desejo e seus valores, competindo com o homem nas profissões ditas “masculinas”, e mesmo com os inúmeros percalços e obstáculos ela está se sobressaindo. E mesmo competindo no mercado de trabalho completamente desleal e injusto, ela ainda precisa cuidar dos seus!

Como ser chefe de família e ser bonita?

Além de toda a pressão que as mulheres sofrem como chefe de família. Elas ainda precisam ser belas. Existe uma grande pressão social que impõe regras para o público feminino. Determinando como deve ser os seus cabelos e seus corpos. Elas precisam encontrar tempo em suas rotinas atribuladas para irem ao cabeleireiro, academia, manicure, depiladora, hidroginástica, ioga, esteticista, dermatologista dentre outras inúmeras especialidades. Pois, além de serem pressionadas durante a infância e a vida adulta, as mulheres são as que mais sofrem com o amadurecimento corporal!

A mulher como chefe da família é plural! Ela prepara o jantar, retoca o esmalte das unhas, acompanha o filho fazendo o dever de casa e estrutura mentalmente como irá resolver aquele probleminha no seu trabalho.

Reconhecimento familiar e gratificação

A mulher como chefe da família luta três vezes mais do que qualquer outra pessoa, sua rotina é estressante, são inúmeras tarefas e obrigações dia após dia para proporcionar o que há de melhor para cada pessoa que depende do seu suor.

Pesquisas demonstraram que os filhos homens criados em lares onde a mulher era chefe de família, eram mais apegados e estavam mais dispostos a ajudarem suas esposas no futuro. Acredita-se que o fato de acompanhar toda a batalha da mãe para garantir o sustento, possa sensibilizá-los e deixá-los mais conscientes do quanto precisam colaborar com suas futuras cônjuges.

O grupo familiar que é embalado por mulheres chefes de família é completamente grato e reconhece o quanto essas mulheres de fibra foram e são fundamentais. Muitos se emocionam ao relatar o quanto foi difícil o passado, mas que ter uma mulher forte para apoiar e ajudar no direcionamento foi extremamente valioso e agregador.

A monoparentalidade feminina tem muito para nos ensinar! Essas líderes familiares são exemplos de polivalência, perseverança e resiliência. Você não acha?

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