A psoríase é uma mazela inflamatória cutânea (inflamação na pele), que não tem cura, entretanto, não é contagiosa (conforme a crendice popular acredita), e está intrínseca a fatores multigênicos, ou seja, vários genes estão envolvidos no processo inflamatório da pele.
“A psoríase é uma doença crônica […]. A doença funciona em ciclos. As crises podem piorar e melhorar, dependendo de um conjunto de fatores que envolvem desde a imunidade do paciente até o nível de estresse a que está submetido.”
-SBD, Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Os especialistas informam que ela está registrada como herança genética em 30% dos casos. As características básicas são:
- Lesões avermelhadas;
- Descamação cutânea;
- Prurido.
As regiões mais afetadas são cotovelos, joelhos e o couro cabeludo. Além de todo o desconforto causado pelas inflamações, as pessoas que possuem esse quadro clínico, precisam lidar com o preconceito e a falta de conhecimento da população, o que acarreta em mais sofrimento e quase sempre no agravamento das crises.
Sintomas
Os sintomas são basicamente as lesões avermelhadas, a descamação intensa da pele e a coceira, todavia, dependendo da localização e das características do processo inflamativo, a psoríase acaba recebendo nomenclaturas, veja a seguir:
Artropática
Conhecida também como artrite psoríaca, ela acomete cerca de 10% a 20% das pessoas que são portadoras da inflamação cutânea. Quase sempre a ação inflamatória inicia-se na pele e com o tempo se propaga para as articulações. Os sintomas são:
- Inchaço;
- Dores;
- Vermelhidão;
- Calor intenso no local.
A sua propagação é mais recorrente nas mãos e nos pés, entretanto, a psoríase artropática pode aparecer em outras regiões do corpo que contenham articulações.
Palmoplantar
É um subtipo que causa muito desconforto para a pessoa que sofre da mazela, pois, as inflamações se concentram nas mãos e nos pés, e como o aspecto da palma da mão lesionada gera bastante impacto para os leigos, podendo ocasionar constrangimento para o sujeito que vive sob essa condição. Os sintomas mais comuns são:
- Manchas escamosas eritematosas;
- Fissuras e rachaduras na pele;
- Placas pouco definida.
Pustulosa
Ela também acomete as palmas das mãos e as plantas dos pés, todavia, com a soma de um agravante (pus), veja a seguir os sintomas:
- Lesões com pus;
- Escamação;
- Placas bem definida.
Ungueal
Esse tipo atinge principalmente as unhas das mãos, podendo até mesmo comprometer completamente o aspecto delas. Os sinais são:
- Manchas amareladas;
- Depressões puntiformes;
- Esfarelamento da lâmina;
- Hemorragias em estilhas.
Eritrodérmica
É a mais grave, pois pode gerar lesões que irão acometer 75% ou mais do corpo. Quando o quadro sintomático piora, pode ocorrer o óbito. Os sinais da psoríase eritrodérmica são:
- Febre;
- Prurido intenso;
- Erupções de pústulas;
- Placas ampliadas;
- Erupção na língua e na boca;
- Queda de cabelo e unhas;
- Insuficiência cardíaca;
- Distúrbios termorregulares.
Ela pode ainda contribuir para o aparecimento de outras infecções, pois o corpo fica a mercê de doenças oportunistas devido a falta de proteção da pele.
Invertida
As lesões são pequenas e, possuem como característica básica o aparecimento em áreas que há dobras no corpo. Podem surgir nas regiões:
- Virilha;
- Fissura glútea;
- Vulva;
- Cotovelos;
- Couro cabeludo;
- Região perianal;
- Parte inferior da mama e/ou tórax;
- Axilas e joelhos.
Gutata
É caracterizada por pequenas lesões bem definidas que se assemelham com gotas. O tipo gutata está vinculada a processos infecciosos. É comum o seu aparecimento no tronco, braços e coxas.
Vulgar
É o tipo mais comum, pois isso, receve o nome de “vulgar”, as placas são delimitadas e podem ser avermelhadas, bem como, prateadas ou acinzentadas. O quadro inflamatório pode aparecer no couro cabeludo, joelhos e cotovelos. Os sinais mais prevalentes são:
- Escamas secas;
- Prurido intenso;
- Placas de tamanhos distintos.
Psoríase e a correlação com outras enfermidades
Uma pesquisa realizada pelo laboratório Janssen, no ano de 2013 revelou que algumas doenças podem ter correlação com a psoríase. A pesquisa ouviu 877 pessoas e, os resultados alertaram para acrescente probabilidade das pessoas que vivem com a inflamação cutânea desencadearem outras doenças, segundo os dados da amostra, 75% podem obter sobrepeso ou estarem propensos a uma obesidade; 25% poderão desenvolver colesterol alto; 17% diabetes; 39% podem desenvolver ansiedade; 26% depressão; 17% alcoolismo e 32% estão propensos a adquirirem uma hipertensão.
“Quem tem psoríase corre o risco de ser afetado também por outras enfermidades, como doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, infarto cardíaco e derrame cerebral), doença inflamatória intestinal, obesidade, dislipidemia, ansiedade e depressão. Essas doenças não são causadas pela psoríase e podem aparecer em pessoas não portadoras, mas o dermatologista deve ser informado do histórico médico e familiar dos pacientes. Assim, será possível indicar medidas preventivas e mudanças de hábitos que reduzam as chances de contrair outras doenças ou agravar problemas de saúde.”
-SBD, Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O tratamento
Embora não tenha cura, a doença possui uma gama gigantesca de tratamentos. Nos casos considerados mais brandos e medianos, é possível realizar a amenização da inflamação com medicação aplicada na região, bem como, com hidratação cutânea e exposição solar. Alguns especialistas receitam os banhos de ultravioleta A e B, para aquelas pessoas que não possuem tempo para se exporem ao sol.
“Em momentos de crise mais severa em pacientes com psoríase, o médico pode recomendar o uso de anti-inflamatórios e corticoides, que atuam para diminuir a inflamação, e, por consequência, os sintomas mais agudos, como a coceira e a descamação, que podem se tornar insuportáveis. Mas cada caso deve ser avaliado individualmente pelo dermatologista, sem jamais recorrer à automedicação.”
-SBD, Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O tratamento também precisa contemplar o lado psicoemocional de quem sofre da moléstia. Aliviar o estresse, a ansiedade, bem como, qualquer outro sintoma que esteja psicossomatizando e desencadeando a psoríase, portanto, um psicólogo e um psiquiatra precisam ser inclusos na terapêutica.
Não existe prevenção para a psoríase, todavia, é possível controlar a residência, portanto, cuide-se. Deixe o seu comentário. Participe!