Ultimamente tem se discutido e abordado muito sobre o lúpus, uma doença autoimune complexa e ainda sem cura. As pesquisas clínicas ainda não conseguiram explanar com muita clareza sobre a moléstia, tanto que não existe um exame específico para identificar de imediato sua ação.
O diagnóstico do lúpus ocorre com base nos sintomas apresentados e através de alguns exames clínicos, entretanto, cada pessoa apresenta variações dos sinais, e, que por sua vez, pode se confundir com os sinais de qualquer outra doença.
Cabe aos especialistas realizarem uma verdadeira inferência clínica em cada pessoa, a fim de, identificar e esclarecer se o individuo está sendo acometido.
O que é o lúpus?
Algumas pessoas conhecem como LES que é a sigla para lúpus eritematoso sistêmico. O lúpus é um distúrbio crônico que faz o nosso organismo (para ser mais específico o nosso sistema imunológico), criar anticorpos em demasia para combater nenhuma ameaça.
O problema é que, o que era para ser uma ação para a proteção de nosso corpo, torna-se a mazela! Pois, os anticorpos em excesso passam a atacar o próprio organismo, ocasionando inúmeros danos para os órgãos afetados.
O distúrbio pode afetar os nossos pulmões, rins, pele e articulações, bem como, em alguns casos o cérebro e o coração.
A correlação entre o lúpus e as mulheres
A correlação entre o lúpus e as mulheres está intrínseca ao estrogênio, um hormônio feminino fundamental para o desenvolvimento do organismo, todavia, ele é um agente facilitador das respostas autoimunes. A jornalista Carolina Carettin, esclarece mais sobre essa relação, veja:
“Segundo Emília Inoue Sato, professora titular de reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a maioria das doenças autoimunes afetam mais mulheres do que homens por conta da presença do hormônio feminino, o estrogênio. “Ele facilita a resposta autoimune, ou seja, o sistema imunológico passa a reconhecer como estranhos, antígenos (proteínas ou parte de células) que são próprios e reage produzindo anticorpos contra as estruturas”. Sato afirma também que não como identificar um desencadeante para a doença, porém é reconhecido que a exposição solar, algumas infecções virais, o uso de anticoncepcionais a base de estrógeno e até o estresse podem desencadear o lúpus.”
– Lado M, Carolina Carettin, Jornalista.
Estima-se que 90% dos casos da doença ocorram em mulheres na faixa etária entre 15 e 45 anos, pois nesse período não ocorreu ainda, a baixa do hormônio sexual feminino resultando com isso, na menopausa.
Sintomas
É de suma importância ter o conhecimento dos sintomas, pois essa atitude fará toda a diferença no diagnóstico, portanto, ao presenciar algum desses sinais, procure um médico:
- Manchas vermelhas na pele (atenção para as manchas que aparecem na região das maçãs do rosto, que formam a asa de uma borboleta);
- Inchaço ou dificuldade para urinar (resultado da inflamação dos rins);
- Secura ou feridas na boca;
- Anemia e/ou perda de apetite;
- Fadiga e/ou mal-estar;
- Febre;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Queda de cabelos;
- Dores e inchaços nas articulações;
- Psicose;
- Convulsões;
- Perda de peso;
- Síndrome do olho seco;
- Dor de cabeça, no peito ou em outros músculos;
- Sangue na urina;
- Dor ao respirar.
O tratamento do Lúpus
Conforme foi mencionado na matéria, a doença é crônica – sem cura. O tratamento consiste em mitigar as ações inflamatórias no organismo, bem como, em alguns casos faz se necessário diminuir a ação dos anticorpos.
Esses remédios que diminuem a ação dos anticorpos, são chamados de imunossupressores, entretanto, o medicamento (imunossupressores) que é o balsamo para o comportamento desregulado do organismo, também é o algoz, pois, deixa o corpo sem suas defesas. Ele fica a reveria de outras doenças oportunistas.
Os especialistas recorrem aos anti-inflamatórios, corticoides, cloroquina e metrotrexato. Vale ressaltar que em alguns casos, caso ocorra o comprometimento do rim, devido à inflamação aguda, os especialistas podem recorrer ao transplante do órgão.
Prevenção
Como qualquer outra doença, existem hábitos e comportamentos que podem colaborar com a prevenção da moléstia, ou diminuir a possibilidade de ativar a ação delas em nossos corpos e, com o lúpus não é diferente! Evite a exposição ao sol, pois os raios UVB estão atrelados ao “despertar” da doença.
Outro cuidado que as mulheres com lúpus devem se atentar, é em relação ao consumo de açúcar, bem como, de gordura, isso por que, os medicamentos utilizados no tratamento acabam aumentando os índices de colesterol, triglicerídeos e glicemia no organismo. Portanto, cautela para com os alimentos ingeridos, mantenha o hábito de comer refeições saudáveis.
Manter uma rotina regular de atividade físicas também é válido! Pois, as atividades físicas ajudam o corpo a se fortalecer contra as ameaças internas e externas.
O acolhimento psicológico
As mulheres que sofrem com os males da doença, precisam muito ressignificar o sofrimento, bem como, necessitam do acolhimento da família e de um psicólogo, a fim de melhorar as condições emocionas e psíquicas e, evitar o surgimento de moléstias psicoemocionais.
“O acompanhamento psicológico desses pacientes também é muito importante. Ao ser acometida por uma doença autoimune crônica, a pessoa passa a lidar com a fragilidade da condição humana, além da imprevisibilidade e estranhamento de seu próprio corpo. Fases de crise podem ser vivenciadas desde o início dos sintomas até a definição do diagnóstico e tratamento, necessitando de adaptação e aprendizagem de como lidar com sintomas e procedimentos terapêuticos, para que haja melhor reorganização da vida cotidiana e social.”
-Débora Yumi Ferreira Kamikava, Psicóloga clínica e hospitalar.
O conhecimento é a nossa melhor arma contra qualquer doença! Portanto, compartilhe e não se esqueça de deixar o seu comentário.