O cérebro na menopausa

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Será que o cérebro sofre alguma alteração na menopausa? O que a ciência tem pesquisado sobro o assunto? Descubra tudo lendo a matéria!

O que acontece com o cérebro na menopausa? É sabido que, as alterações hormonais no organismo feminino pode desencadear uma série de fatores indesejados para as mulheres. Na adolescência, elas precisam lidar com essa alteração, bem como, quando estão em processo gestacional e, no climatério a coisa não é diferente.

Muitos dos “fatores indesejados” estão atrelados a queda do estrogênio, mas será que o nosso cérebro também é impactado pelos baixos níveis desse hormônio sexual? E se ele sofre com essa alteração, o que a mulher pode fazer para reverter essa situação ou conseguir administrar essa ocorrência minimizando os possíveis infortúnios dessa condição.

A relação entre o estrogênio e o cérebro na menopausa

Algumas pesquisas constataram que existem partes do nosso cérebro que são ricas em receptores de estrogênio, sendo essas áreas altamente atreladas com a memória. Esses receptores de estrogênio são encontrados no hipocampo e no córtex pré-frontal. Veja a seguir, como cada um está vinculado com a memória e com outras funções que são alteradas nessa fase da vida da mulher:

Hipocampo

O hipocampo possui uma ligação com a memória de longo prazo e com a memória espacial.

Córtex pré-frontal

O córtex pré-frontal assegura dentre as inúmeras funções, a aprendizagem com a experiência, sentir e expressar as emoções fatores intrínsecos ao processo de memorização de curto prazo.

Vale acrescentar também, que alguns estudos que buscam a correlação entre o estrogênio e os neurotransmissores, constatou que o primeiro pode colaborar com o aumento do segundo, assim como, colabora na promoção do crescimento neuronal e com as formações das sinapses entre as células cerebrais.

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Como funciona o cérebro antes e depois da menopausa.

O “X” da questão!

Com base na apresentação de como essas áreas do cérebro estão atreladas com a memória, é possível identificar o motivo pelo qual, a queda do estrogênio na menopausa pode desencadear a perda da memória e, com isso, começamos a destrinchar o que ocorre com o cérebro na menopausa.

Muitas mulheres se queixam que a perda dessa habilidade cognitivita (memória) é muito recorrente, e, que impacta demasiadamente em suas rotinas. Pois, além de dificultar em ações simples, também pode prejudicar na aprendizagem de novos conteúdos.

Além disso, a labilidade emocional, outro sintoma da menopausa pode estar vinculado ao rebaixamento dos receptores de estrogênios no córtex pré-frontal, todavia, é apenas uma especulação. Vamos aguardar os novos estudos dos cientistas.

O rebaixamento cognitivo

O cérebro na menopausa (climatério) sofre sim, um rebaixamento cognitivo, entretanto, os impactos não são em grande escala, todavia, é claro que estamos falando de uma questão subjetiva, em que cada mulher irá experienciar essa fase de maneira singular e particular.

“A boa notícia é que esses efeitos parecem ser limitados, já que as mulheres voltam a apresentar o mesmo desempenho cognitivo que tinham antes da menopausa – após ultrapassarem a transição.”

-Instituto do Cérebro de Brasília, Dr. Ricardo A. Teixeira.

Que os efeitos são passageiros é uma boa notícia, entretanto, a escala temporal entre a pré-menopausa e a pós-menopausa pode ser um período de quase uma década, não seria um período muito extenso sofrendo com os impactos do rebaixamento cognitivo?

A mulher contemporânea na fase do fim da capacidade reprodutiva está lidando com questões que englobam desde o crescimento profissional, passando pelo regresso à sala de aula chegando até mesmo aos remanejamentos afetivos. É muito danoso e não é justo para essas novas mulheres equilibrarem essa nova necessidade da contemporaneidade e a condição orgânica. Frente a esse dilema, ações para reverter esse cenário foram suplantadas, a fim de, proporcionar uma melhoria cognitiva.

“Devido ao aumento da expectativa de vida e ao período constante em que as mulheres entram na menopausa, estima-se que elas vão passar mais de três décadas de suas vidas no período pós-reprodutivo. Assim, a saúde e o bem-estar dessas mulheres passaram a se tornar um problema de saúde pública em todo o mundo, razão pela qual tem crescido o número de estudos que buscam entender a neurobiologia da menopausa e os mecanismos envolvidos.” 

-Revita: Ciência Hoje, Angela Wyse, Bioquímica.

Reposição hormonal: sim ou não?

A reposição hormonal é uma terapia de hormônios indicada para as mulheres que estão sofrendo com os sintomas do climatério. Estudos constataram que as mulheres que iniciam a terapia antes (pré-menopausa) do término da menstruação (menopausa) consegue obter uma melhora cognitiva. Em contra partida, aquelas mulheres que iniciam o tratamento na pós-menopausa não são beneficiadas.

Entretanto, a reposição hormonal carrega em si, os seus inúmeros ônus! Essa terapia pode desencadear algumas reações adversas que podem ser drásticas. Portanto, volta é meia, é questionado, se realmente vale a pena correr o risco e iniciar esse tipo de tratamento.

“A estrogenoterapia aumenta a probabilidade do surgimento do câncer de mama, quando usado por períodos longos, de cálculo na vesícula biliar e de trombose venosa. Por conta disso, hoje, a maioria das Sociedades Médicas recomenda que, rotineiramente, só se faça hormonioterapia nas mulheres que apresentem sintomatologia climatérica intensa: fogachos, palpitações, sudorese, etc.”

-Sociedade Brasileira de Diabetes.

Esses estudos que constataram que iniciar a reposição da hormona, antes da última menstruação é benéfico ajudaram no alerta de que manter a reposição sintética após a menopausa é um risco e não reverte o déficit cognitivo.

Ações complementares

Como minimizar os impactos no cérebro na menopausa, sem ter que recorrer a uma reposição por hormônios sintéticos e ficar exposta aos riscos? Existem no mercado algumas opções naturais que não desencadeiam os efeitos colaterais e trágicos e, com isso, conseguem repor a demanda da hormona faltante.

Em paralelo, há inúmeros exercícios e até mesmo cursos voltados para projetar o cérebro e deixá-lo robusto revertendo assim a perda da memória e os outros rebaixamentos da cognição. A neurociência está repleta de ações que ajudam a deixar a massa cerebral extremamente ativa e ágil.

Enfim, o cérebro na menopausa pode até sofrer um déficit de cognição, todavia, já existem recursos que podem ajudar na reestruturação e melhoria das funções do órgão, portanto, busque sempre opções saudáveis e seguras para reverter o cenário.

Interessante, não é mesmo?! Você notou o rebaixamento e/ou alterações de algumas funções do cérebro na menopausa? E o que você fez para mudar a situação? Deixe o seu comentário. Participe!

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