De acordo com o dicionário, a arritmia é uma falta de regularidade ou constância, ou seja, uma alteração no ritmo. Imagine então essa condição num sistema do corpo, mais precisamente, nos batimentos do coração. A essa mudança na frequência, dá-se o nome de arritmia cardíaca.
Quando os impulsos elétricos do coração não funcionam corretamente, isso gera pulsações aceleradas (taquicardia), lentas (braquicardia) ou até mesmo varia entre elas.
Desde recém-nascido até os dois anos, a frequência cardíaca normal fica entre 120 a 140 bpm (batimentos por minuto), dos 8 até a fase adolescente, 80 a 100, na vida adulta sedentária 70 a 80 bpm e em idosos 50 a 60 bpm.
Estabelecendo uma média, a frequência cardíaca que pode-se considerar normal fica entre 60 e 100 batimentos.
Para quem pratica atividade física, estes números costumam ser mais precisos, como podemos observar abaixo:
HOMENS | entre 18 e 25 anos | entre 26 e 35 anos | entre 36 e 45 anos |
Excelente | 49 a 55 batimentos por minuto | 49 a 54 batimentos por minuto | 54 a 59 batimentos por minuto |
Boa | 57 a 61 batimentos por minuto | 57 a 61 batimentos por minuto | 60 a 62 batimentos por minuto |
Abaixo da média | 71 a 73 batimentos por minuto | 72 a 74 batimentos por minuto | 73 a 76 batimentos por minuto |
MULHERES | entre 18 e 25 anos | entre 26 e 35 anos | entre 36 e 45 anos |
Excelente | 54 a 60 batimentos por minuto | 54 a 59 batimentos por minuto | 54 a 59 batimentos por minuto |
Boa | 61 a 56 batimentos por minuto | 60 a 64 batimentos por minuto | 62 a 64 batimentos por minuto |
Abaixo da média | 74 a 78 batimentos por minuto | 75 a 76 batimentos por minuto | 74 a 78 batimentos por minuto |
Tipos de arritmia
- Fibrilação auricular ou palpitação;
- obstrução arterial ou bloqueio átrio-ventricular;
- taquicardia atrial multifocal;
- TPSV (Taquicardia Paroxística Supraventricular);
- taquicardia por reentrada nodal;
- WPW (Síndrome de Wolff-Parkinson-White);
- Síndrome do Nó Sinusal;
- fibrilhação ventricular;
- taquicardia ventricular (ritmo acelerado do coração, que se origina nos ventrículos).
O que causa arritmia?
- ataque do coração (infarto do miocárdio);
- desgaste do tecido cardíaco (devido a ocorrência de um infarto anterior);
- cardiomiopatia;
- bloqueio das artérias (doença da artéria coronária);
- Hipertensão arterial;
- Diabete;
- Hipertireoidismo;
- tabagismo;
- alcoolismo;
- excesso de cafeína;
- uso de estimulantes (lícitos ou ilícitos);
- stress;
- alguns medicamentos;
- suplementos diários;
- choque por eletricidade;
- poluição;
- desequilíbrio eletrolítico (excesso ou falta de eletrólitos);
- obesidade.
“Cafeína, fumo, álcool e outras drogas estimulantes (legais ou ilícitas) podem desencadear batimentos extras tanto nos átrios quanto nos ventrículos.”
— Dr. Drauzio Varella
Sintomas da arritmia
- dor no peito;
- desmaio ou tontura;
- palpitações;
- ritmo cardíaco lento ou acelerado;
- falta de ar.
Como medir a frequência dos batimentos cardíacos?
Para medir corretamente a frequência cardíaca, podemos colocar os dedos indicador e médio na região do lado do pescoço, onde sentimos os batimentos do coração, fazendo a contagem de quantas pulsações são notadas no decorres de 1 minuto.
Também pode-se fazer um cálculo contando batimentos até 15s, multiplicando o resultado por quatro.
Dependendo do caso, se for ao médico, ele provavelmente vai recomendar uma bateria de exames. A avaliação clínica e o eletrocardiograma podem indicar se é necessário uma investigação mais a fundo ou não. Se houver alterações, é dada a devida continuidade na observação da doença, analisando se o problema se desencadeou diretamente no coração ou no impulso elétrico, se o paciente possui doença isquêmica do coração, se teve ou não infarto, se tende a sofrer uma isquemia ou se tem insuficiência coronariana.
“Miocardites e miocardiopatias, por exemplo, podem provocar reações inflamatórias no coração. Quando o tecido muscular é agredido, pode ser substituído por uma cicatriz. Ela bloqueia a condução do estímulo elétrico e propicia curtos-circuitos que provocam arritmias, extrassístoles (falhas no batimento) e taquicardias.”
— Dr. Drauzio Varella
Outro meio de investigar mais a fundo a arritmia é através dos seguintes exames: ecocardiograma (ultrassom do coração, o qual permite captar seu tamanho, espessura das paredes e função cardíaca), o teste de esforço (para analisar se existe insuficiência coronariana e como o coração reage em relação ao ritmo durante a atividade física) e um exame que monitora os batimentos do coração durante o dia todo, denominado Holter de 24 horas.
O Holter utiliza um gravador simplório, que memoriza o eletrocardiograma da pessoa durante suas atividades de rotina. Depois, o médico observa estes dados captados pelo eletrocardiograma e compara com os sintomas descritos pela pessoa enquanto utilizava o aparelho, tornando possível descobrir se foram provocados ou não por algum distúrbio rítmico.
Como tratar a arritmia?
“Se necessário, o tratamento inclui medicamentos antiarrítmicos, procedimentos médicos, dispositivos implantáveis e cirurgia.”
— Hospital Israelita Albert Einstein
Um dos tratamentos mais eficazes para a arritmia é ablação por radiofrequência, a qual é realizada por meio de cateteres, por artérias e veias, sem precisar abrir o tórax. Isto faz com que a recuperação seja mais rápida e o paciente possa sair do hospital em no máximo 48 horas após o processo, sendo completamente indolor.
Lembre-se, além de medicamentos, os profissionais também recomendam hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada, exercícios físicos (de intensidade regular, para não aumentar ainda mais os batimentos), ingestão de água e relaxamento.
Gostou de saber mais sobre o que é arritmia? Já sofreu como problema? Conte-nos! Deixe seu comentário!