Úlcera é o nome genérico dado a qualquer lesão superficial, tanto no tecido da pele, quanto no mucoso, conhecida popularmente como ferida. Ela pode causar dores leves ou intensas, dependendo da região, mas de qualquer forma, é sempre incômoda.
Nesses tipo de lesão, ocorre uma ruptura do epitélio (tecido de células), podendo gerar uma exposição de camadas mais profundas nesta mesma região. Para entender melhor, veja este exemplo: a afta é considerada uma úlcera na boca, pois é como uma abertura que expõe regiões mais profundas e causa desconforto.
Tipos de Úlcera
Pelo tecido afetado
- úlceras cutâneas: são tipos de lesões que ocorrem na pele, sendo em áreas sem pelo ou no couro cabeludo;
- úlceras complexas: lesões que afetam diversos tipos de tecidos, seja em tamanho ou profundidade, como, por exemplo, uma grande ferida que acomete a parte interna da boca e a pele dos lábios;
- úlceras serosas: são lesões que comprometem as membranas serosas, como o peritônio (tecido que recobre as paredes do abdome e a superfície dos órgãos digestivos);
- úlceras mucosas: afetam mucosas externas (boca, narinas, extremidade do pênis, ânus e introito vaginal) ou internas (vias respiratórias, tubo digestivo, vias urinárias);
Pelas causas
- úlceras traumáticas: ferimentos gerados por agentes externos, que lesam os tecidos através de impactos, abrasões, lesões radioativas, perfurações, lacerações, sucções, etc;
- úlceras de pressão: ferimentos provenientes de degeneração progressiva dos tecidos, os quais são submetidos ao efeito contínuo da pressão mecânica contra camada de pele;
- úlceras varicosas: lesões que surgem naturalmente ou devido a traumas, desproporcionalmente leves, nas regiões as quais a pele foi se afinando ao longo do tempo, em função de dilatação progressiva de alguma porção de sistema venoso superficial. É mais comum nos membros inferiores;
- úlceras isquêmicas: feridas que surgem espontaneamente ou por pequenos traumas, devido a suspensões na irrigação sanguínea persistentes, geralmente por insuficiência arterial crônica;
- úlceras de pé de diabético: são lesões que surgem quando há descolamento progressivo da epiderme (camada mais superficial da pele). Este tipo costuma aparecer por deterioração do endotélio, decorrente da diabete (tecido de células que reveste a parte interior dos vasos sanguíneos e linfáticos). Essas úlceras normalmente são de muito difícil tratamento, sendo mais frequentes em pés ou pernas;
- úlceras por vasculite: aparecem espontaneamente nas em áreas as quais se pode observar marcas de vasculite, num período prévio. A causa exata do surgimento das lesões ainda é desconhecida, mas normalmente aparecem devido à isquemia de um tecido, irrigado por determinada artéria, cujas paredes se encontram inflamadas (que é a própria definição de vasculite), e que resulta em perda de vitalidade e, inclusive, de necrose;
- úlceras pépticas: aparecem em regiões da mucosa estomacal (úlcera gástrica) ou duodeno (úlcera duodenal), por causa da corrosão das paredes do tecido epitelial, pelo suco gástrico (geralmente por excesso do mesmo). A ausência do muco protetor causa úlceras pépticas, existindo uma relação muito forte entre o uso de anti-inflamatórios e a diminuição da produção dele. Além disso, também pode se desenvolver pela ação da bactéria Helicobacter pylori;
- úlceras mistas: são combinações de mais de um tipo de úlcera, que contribuem para o surgimento das feridas.
Quais são os tratamentos para úlcera?
Os medicamentos geralmente são usados para tratar úlceras de leve a moderada. Se a causa é bacteriana, os antibióticos podem ajudar na cura. Para casos recorrentes e graves, que não respondem à medicação, a cirurgia pode ser necessária.
Embora as terapias alternativas tenham demonstrado ajuda no alívio dos sintomas, elas devem ser usadas apenas como suplementos ao tratamento convencional.
Você não deve tratar uma úlcera por conta própria sem antes consultar o seu médico. Os antiácidos sem receita e os bloqueadores de ácido podem reduzir algumas ou todas as dores, mas o alívio é sempre de curta duração. Com a ajuda de um médico, pode-se encontrar alívio da dor da úlcera, bem como uma cura vital da doença.
Os principais objetivos do tratamento são reduzir a quantidade de ácido no estômago, fortalecendo os revestimentos protetores que entram em contato direto o suco gástrico e (se sua úlcera é causada por infecção bacteriana) tratando a infecção por H. pylori com medicação. O médico provavelmente prescreverá uma terapia tripla, que é uma combinação de antibióticos, como: amoxicilina e claritromicina, juntamente com um inibidor da bomba de prótons (omeprazol ou esomeprazol).
O metronidazol pode ser substituído por amoxicilina em pacientes que são alérgicos à penicilina. Em pacientes que foram repetidamente expostos a esses antibióticos, ou em áreas onde há resistência à claritromicina ou metronidazol, a terapia quádrupla com bismuto, um inibidor de bomba de prótons e 2 antibióticos (como metronidazol e tetraciclina) é mais eficaz. Independentemente do regime, todos os medicamentos devem ser tomados por 10-14 dias.
O tratamento cirúrgico das úlceras pépticas é reservado para os tipos que não respondem ao tratamento médico ou às soluções de tratamento de emergência, como em casos de sangramento. Se sua úlcera é uma hemorragia, o cirurgião identificará a fonte do sangue (geralmente uma pequena artéria na base da úlcera) e irá repará-la.
Úlceras perfuradas (furos em todo o estômago ou parede duodenal) devem ser cirurgicamente fechadas, sendo um procedimento de emergência.
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