Você conhece todos os tipos de hepatite? Esse é o nome dado para uma infecção no fígado. Esse processo infeccioso hepático pode ser de ordem viral, autoimune ou alcoólico. Atualmente foram detectados 7 tipos de hepatite, que podem variar de intensidade, bem como serem agudas ou crônicas. Quer saber mais? Então continue conosco!
“Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.”
-Ministério da Saúde.
Sintomas gerais dos tipos de hepatite virais
Apesar de existir alguns tipos de hepatite, em sua maioria os sinais que o corpo concede notificando sobre a disfunção no fígado são:
- Febre;
- Fraqueza;
- Mal-estar;
- Dor abdominal;
- Enjoo;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Perda de apetite;
- Urina escura (amarronzada);
- Icterícia;
- Fezes esbranquiçadas.
É importante ressaltar que, quase sempre as hepatites são assintomáticas, quando os sintomas aparecem provavelmente é o alerta para o agravamento do quadro.
“No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E, esse último é mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas em nosso país são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.”
-Ministério da Saúde.
Bem, agora que você já tem o conhecimento dos sinais gerais, vamos compreender três tipos de hepatites? Veja a seguir:
Hepatite A (HAV)
O que é?
É uma doença de caráter infeccioso, portanto, faz parte do grupo das hepatites virais. O período de incubação é de em média 30 dias e a sua distribuição é geral ao redor do mundo, sendo mais frequente em países subdesenvolvidos.
Forma de transmissão
A hepatite A é um alerta para as condições precárias de saneamento básico, isso porque, a principal via de contágio é por intermédio da ligação fecal-oral. A falta de tratamento do esgoto, o consumo de água insalubre e a ingestão de alimentos contaminados são fontes para a propagação do vírus.
Comunidades em que sejam negligenciados os pilares fundamentais para a saúde, estão mais predispostas a sofrerem com essa moléstia. É muito recorrente diagnosticar até mesmo crianças menores de 5 anos com hepatite A.
Outra maneira de transmissão é através do sexo oral no ânus, isso quando a mucosa bucal entra em contato com o ânus de uma pessoa que é portadora da infecção hepática A. Também, se torna um risco de contaminação a prática sexual dígito-anal-oral, sendo os dedos o canal de transmissão.
Obtendo o diagnóstico
O diagnóstico é obtido através de exames que tem por objetivo, detectar a presença de anticorpos anti-HAV (hepatite A), usando a sorologia sanguínea. Conforme foi citado no inicio do texto, a infecção pode ser sintomática ou assintomática, portanto, apenas a presença dos sinais, não é o suficiente, visto que, eles podem estar vinculados com outras doenças, não necessariamente com o fígado. Portanto, uma sondagem bem apurada é fundamental.
Tratamento
O tratamento não demanda da utilização de muita medicação, sendo necessário apenas o repouso absoluto, pois o próprio organismo consegue combater o vírus. Às vezes, podem ser administrados remédios para amenizar os incômodos causados pelos sintomas. Mas, de maneira geral os riscos para a evolução para uma situação crônica são extremamente baixos. Mas, atenção! Os especialistas irão solicitar a restrição da ingestão de bebidas alcoólicas para que não ocorra o agravamento da saúde hepática.
Prevenção da hepatite A
O Ministério da Saúde incluiu no calendário de vacinação, a vacina contra a hepatite A, entretanto, muito além de conceder a imunização, deveríamos pensar também, em maneiras de disseminar a educação sanitária para a população, bem como investir em melhorias estruturais urbanas e rurais.
Atenção! Caso haja uma pessoa na sua família que foi diagnosticada com a moléstia tipo A, reforce a higienização dos banheiros com hipoclorito de sódio, ou água sanitária. Com isso, você eliminará as chances de outros membros também serem acometidos. Dentre os tipos de hepatite, a HAV está muito ligada às condições socioeconômicas da população.
Hepatite B
O que é?
Alguns anos atrás era conhecida pelo nome soro-homóloga, hoje apenas como hepatite B (HBV), ela também faz parte do grupo viral/contagiosa, e pode acometer as pessoas apresentando ou não sintomas, podendo ser aguda ou até mesmo crônica. O período de incubação é de em média 70 dias. Entre os tipos de hepatite, é uma das mais graves, pois pode evoluir para uma cirrose, ou um câncer.
Hepatite B aguda
O quadro agudo é constituído por três fases:
- Prodrômica ou pré-ictérica;
- Ictérica;
- Convalescença.
Entretanto, é importante ressaltar que não necessariamente, eles ocorrerão em sequencia. 95% dos casos de hepatite B aguda evoluem para a cura, sem impactos e apenas administrando os sintomas. Todavia, quando não se é tomado as medidas cabíveis o quadro pode se tornar crônico.
Hepatite B crônica
Quando a infecção persiste por mais de 6 meses, ela é enquadrada como hepatite B crônica. O fato é que o descaso com o tratamento pode acarretar em cirrose, varizes de esôfago, bem como em outras alterações hematológicas. É necessário manter todo o zelo e cuidado, para que não ocorra uma hepatocarcinoma.
Forma de transmissão
Além de outras maneiras de contaminação, a hepatite B está estritamente ligada as DSTs, portanto, um grande fator de transmissão é através das relações sexuais. Vale ressaltar que todas as formas de praticar o sexo, podem propagar o contágio, isso porque, o vírus já foi encontrado no sêmen e nas secreções vaginais, até mesmo no sexo oral sem ejaculação, pode ocorrer a propagação da doença.
Quando não são respeitadas as normas de esterilização de matérias que entram em contato com a pele, bem como quando não é usado matérias descartáveis é possível sim, também ocorrer a transmissão. Os especialistas e profissionais das áreas abaixo devem se atentar para com os cuidados básicos apresentados:
- Dentistas;
- Tatuadores;
- Body piercings;
- Enfermeiros, entre outros.
Através do compartilhamento de seringas e agulhas para o uso de drogas também é possível contrair hepatite, caso o material esteja infectado, assim como por transfusão de sangue, aleitamento materno, transmissão vertical e por acidentes perfurocortantes.
Obtendo o diagnóstico
O diagnóstico é obtido através de uma análise laboratorial, com base nos marcadores sorológicos do HBV. Também serão avaliados os dados clínicos e a questão epidemiológica quando for necessário.
Tratamento
O tratamento para a hepatite B levará em consideração, qual é o tipo da reação: aguda ou crônica. Para os casos agudos é recomendado o repouso, o acompanhamento ambulatorial para acompanhar a evolução dos sintomas e a restrição de bebidas alcoólicas.
Nos casos crônicos o tratamento deverá ocorrer em um ambulatório especializado, devido a necessidade especial. Os medicamentos serão administrados para aliviar os sinais, e terá um acompanhamento para a avaliar as condições do fígado e outros tecidos. No conjunto dos tipos de hepatite virais, a HBV foi a primeira a obter uma vacina em prol da prevenção e imunização.
Prevenção da hepatite B
Assim como o tipo A, o Ministério da Saúde possui vacina para imunizar a população. A vacinação ocorre em três doses e é tomado quando ainda se é criança. Veja outras maneiras de prevenção a seguir:
Hepatite C
O que é?
Era conhecida como hepatite não A não B, entretanto, passou a se chamar hepatite C (HCV). É um vírus agressivo, em que 80% da população não consegue combater a infecção com seus anticorpos, evoluindo para uma situação crônica. A incubação varia de 15 a 150 dias. Não é comum aparecerem casos agudos, a maioria dos casos já apresenta uma tendência crônica. Dentre os tipos de hepatite, essa é a que mais evolui para algo mais crítico.
Forma de transmissão
- Transfusão de sangue;
- Use de drogas injetáveis;
- Hemodiálise;
- Acupuntura;
- Piercings;
- Tatuagens;
- Droga inalada;
- Manicures;
- Barbearias;
- Instrumentos cirúrgicos;
- Relacionamento sexual;
- Transmissão vertical;
- Aleitamento materno.
É de suma importância destacar também, a correlação do vírus HIV, e a AIDS com a hepatite, em particular o tipo C, não se sabe ainda qual é o fator que colabora para essa ação dupla, todavia, já foi constatado que pessoas portadoras do HIV possuem um risco maior de adquirirem a infecção hepatológica.
“Estudos recentes indicam importante impacto das hepatites virais crônicas em paciente infectado pelo HIV ou com aids. Estudos realizados no Brasil indicam uma prevalência em torno de 5 a 8% de co-infecção HIV + HBV e 17 a 36% de HIV+ HCV. Nos últimos anos, estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa têm mostrado que as hepatopatias, estão se tornando importante causa de hospitalização e de óbito entre pacientes com HIV/AIDS.”
-Ministério da Saúde.
Obtendo o diagnóstico
O diagnóstico se dá, por intermédios dos mesmos equipamentos utilizados para detectar a hepatite B, todavia, a sorologia a ser usada é do HCV. Um exame muito utilizado é o ELISA (anti-HCV).
Tratamento
O tratamento demanda muita complexidade, bem como de acompanhamento evolutivo, através de biopsia hepática e de exames de biologia molecular. Há casos de pessoas que não necessitaram dessa estrutura mais complexa, e seguiram apenas algumas recomendações básicas.
Prevenção da hepatite C
Não há vacina contra esse tipo de infecção, a melhor diretriz a se tomar é a partir de ações preventivas. Veja a seguir os cuidados necessários para não se contrair a moléstia:
Existem outros tipos de hepatite, que não são tão comuns (D e E), assim como existem aquelas que não são virais (alcoólica e autoimune). Acompanhe as nossas postagens, pois em breve abordaremos sobre elas. Gostou? Deixe o seu comentário. Participe!