A pericardite aguda é uma inflamação do pericárdio que é uma camada composta de duas membranas que envolve o coração. Essa membrana nada mais é que duas camadas sendo elas a camada visceral, que é responsável pela produção de um líquido como um soro para manter a lubrificação entre as camadas que permitam que uma escorregue da outra. E a camada parietal, que é composta basicamente de fibras de colágeno, por isso também pode ser chamada de camada fibrosa.
Entre essas duas camadas existe em torno de 30 a 50ml de um tipo de líquido lubrificante chamado líquido pericárdico. Ele serve para permitir o escorregamento do coração no pericárdio durante as contrações. A principal função do pericárdio é manter o coração em sua posição, e evitar que tenha mais sangue que o necessário. Mas como ocorre a inflamação dessas membranas? Veja abaixo!
Principais causas da pericardite aguda
As causas dessa inflamação no pericárdio podem ser inúmeras, através de radioterapia ou infecções. Sua forma de desencadeamento pode ser por múltiplos problemas médicos, sendo eles:
- Traumatismo cardíaco – a lesão causada por uma pancada forte ou uma ferida perfurante, podem desencadear uma inflamação resultante em pericardite;
- Infecção viral – essa é uma das causas mais comuns da pericardite, uma infecção causada por fungos, vírus e/ou bactérias;
- Tuberculose – nesses casos a pericardite aguda pode surgir através de uma infecção tuberculosa ativa;
- Enfarte do miocárdio – a destruição de um musculo cardíaco durante um ataque cardíaco pode desenvolver a pericardite;
- Uremia – a uremia é uma doença causada por excesso de resíduo no sangue, normalmente causado por mal funcionamento do rim;
- Infecção piogenica – ocorre quando as bactérias piogenicas atingem os tecidos e causam uma inflamação desencadeando a pericardite.
Outra causa também pode ser os efeitos colaterais do uso de um medicamento. Porém, muitas das vezes a causa da pericardite não é descoberta.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas da pericardite aguda podem ser inúmeros, e se manifestam de diferentes formas, os mais comuns são:
- Dor no peito principalmente do lado esquerdo do peito;
- Dor no ombro esquerdo (sintoma que faz as pessoas confundirem e pensarem que é um infarto do miocárdio);
- Tosse muito seca;
- Palpitações;
- Inchaço da veia jugular;
- Batimento cardíaco acelerado;
- Febre muito baixa;
- Ansiedade.
Manter-se sentado e em posição confortável ajuda a diminuir alguns sintomas, como fortes dores peitorais. Especialmente se mantiver o corpo em posição inclinada para frente.
“A pericardite aguda classicamente se manifesta como uma síndrome febril com frequente acometimento de vias aéreas superiores, dor torácica e atrito pericárdico. A dor torácica pode variar com a respiração ou posição do tórax, variando também de intensidade e duração. O atrito pericárdico pode compreender de um a três tempos e pode ser transitório.”
– I Diretriz Brasileira de Miocardites e Pericardites
Diagnóstico
Da mesma forma que a dor no ombro esquerdo pode ser confundida com um infarto do miocárdio, muitos outros sintomas podem ser confundidos com outras doenças cardíacas e pulmonares. Quanto antes diagnosticado mais fácil de ser tratado.
Ao procurar um médico é importante estar preparado para a consulta, e assim usar melhor o tempo com o doutor. Ele lhe fará perguntas típicas de toda consulta como “Quando os sintomas surgiram e com qual frequência você os sente?”, “Você sofre de algum problema cardíaco?”, “No momento está fazendo uso de algum medicamento?”, entre outras.
Para agilizar a consulta leve com você uma lista com os sintomas e dores que sentiu, histórico médico e quais remédios você utiliza. Isso ajudará o médico a desvendar o diagnóstico, que além do questionário serão necessários exames médicos como:
- Ressonância magnética torácica;
- Eletrocardiograma;
- Hemograma;
- Tomografia do coração;
- Radiografia do tórax.
Assim que o médico concluir o diagnóstico ele poderá transcrever qual a melhor forma de tratamento para sua pericardite aguda.
Tratamentos da pericardite aguda
Na pericardite aguda os sintomas podem durar em torno de seis semanas, ou até menos com o tratamento. Nesses casos onde a pericardite não demonstra risco grave para sua saúde podem ser tratados com medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para ajudar a diminuir a dor. E caso o paciente apresente reação positiva ao tratamento ele pode tratar em casa, evitando esforço.
Naqueles casos onde a pericardite é mais perigosa ou que apresenta um quadro mais grave, deverão seguir com o tratamento hospitalizado. Durante o tratamento qualquer tipo de esforço e atividade física não deve ser realizado. Pois essas atividades requerem muito esforço e é de muita intensidade.
Como pode ver o tratamento da pericardite aguda não é difícil, depende muito mais da dedicação do paciente. Já passou por isso? Deixe seu comentário abaixo!