Síndrome do jaleco branco, também conhecida como iatrofobia consiste na elação da pressão arterial na presença de profissionais da saúde, principalmente diante de médicos. É uma condição delicada e complexa, pois pode deturbar o diagnóstico, e levar pessoas a iniciarem um tratamento com medicamentos de hipertensão, sem a menor necessidade, colocando a saúde em risco.
“Tal denominação tem sido usada para descrever pacientes cuja pressão arterial (PA) sistêmica é persistentemente elevada quando medida no consultório do médico ou na clínica, porém normal em outras ocasiões.”
-Hilton Chaves Jr., Psicólogo e Pesquisador Comportamental.
O fato é que condições emocionais podem provocar uma crise de ansiedade e/ou de estresse provocando a subida somente quando se é aferida a PA com profissionais da saúde, mas logo que sai do ambiente clínico ocorre o rebaixamento e a normalização.
“Estudos estimam que entre 20% e 30% da população sofra da chamada Síndrome do jaleco branco, que se manifesta, sobretudo, pelo aumento repentino da pressão arterial. O estresse vinculado à presença do médico e ao ambiente hospitalar, ainda que transitório e limitado a estas situações, não deve ser negligenciado, principalmente porque pode induzir ao erro e comprometer diagnósticos.”
-Carolina Kirchner Furquim, Jornalista.
Sintomas
Por ser uma disfunção complexa, é de suma importância que se tenha o acompanhamento dos sinais físicos e mentais que são desencadeados na síndrome do jaleco branco, são eles:
- Taquicardia;
- Sudorese;
- Formigamento;
- Adormecimento das extremidades dos membros;
- Pequenos tremores musculares;
- Palidez;
- Respiração ofegante.
Se faz necessário investigar esses sintomas, como mais uma forma de comprovar que a pessoa esteja sofrendo do infortúnio.
Mulheres são as mais acometidas pela síndrome do jaleco branco
Não se sabe por qual motivo o sexo feminino apresente a elação da pressão na frente de pessoas da área da saúde, entretanto, pesquisas identificaram que esse é o grupo mais vulnerável a síndrome.
O diagnóstico
Conforme foi mencionado, não é um diagnóstico fácil em se obter, é necessária uma sondagem bem apurada, para se confirmar se realmente a paciente possui hipertensão, ou padece da síndrome de jaleco branco. Um ponto a favor é que o exame clínico MAPA (medida ambulatorial da pressão arterial) é capaz de averiguar a rotina da velocidade sanguínea nas artérias. O especialista em cardiologia Eduardo Lapa, apresente um critério para ajudar no diagnóstico, veja a seguir:
“Há critérios para se diagnosticar HAS pelas medidas no consultório, mas as medidas feitas em casa (através de MAPA ou MRPA) afastam o diagnóstico. Exemplo: paciente apresenta persistentemente níveis maiores ou iguais a 140×90 mmHg no consultório, mas o MAPA mostra PA na vigília (acordado fora do consultório) de 120×80 mmHg.”
-Eduardo Lapa, Cardiologista.
A diferença entre a síndrome do jaleco branco e o efeito do jaleco branco
A diferença até pode parecer sútil, mas pode salvar vidas, isso porque pessoas que sofrem de pressão arterial alta, podem obter o diagnóstico de iatrofóbicos e não receberem o tratamento adequado, podendo desencadear as doenças abaixo:
- AVC;
- Infarto cardiovascular;
- DAC.
Se enquadram na síndrome do jaleco branco, pessoas que apresentam elação da pressão arterial, quando se é aferida por um médico, ou outros profissionais da saúde, todavia, com o auxílio do MAPA é notado que a pressão fora do consultório, principalmente em vigília fica em uma escala equilibrada e aceitável.
Pertencem ao conjunto de pessoas que sofrem com o efeito do jaleco branco, aquelas que já são hipertensas, e diante do médico a pressão se mostra ainda mais alta. Por qual motivo é importante fazer essa distinção? Para garantir que hipertensos não recebam um diagnóstico diferente, e não seja prescrito por isso, os remédios fundamentais para se controlar a pressão.
Tratamento
O tratamento se dá por intermédio do terapeuta, que irá ensinar técnicas de relaxamento, e controle emocional para que o sujeito possa comparecer a sua consulta sem apresentar a síndrome do jaleco branco. Alguns casos demandará a compreensão de traumas, sendo necessária a interpretação da anamnese do paciente para se obter os gatilhos por trás do disparo da síndrome.
Você é um iatrofóbico? Compartilhe conosco a sua experiência. Deixe o seu comentário. Participe!