Se não detectada a tempo, a apendicite pode trazer graves riscos para quem sofre da doença. Saiba como ela se manifesta e o que fazer.
O que causa apendicite?
De acordo com o gastroenterologista do Hospital Nove de Julho, dr. Evando Pinheiro, a apendicite é a inflamação do apêndice vermiforme.
O apêndice é uma extensão do intestino, que pode ter até 8 cm, tendo como principal problema sua forma, como um tubo sem saída, o qual produz muco constantemente, que geralmente é eliminado pelas fezes. A obstrução nessa saída faz com que a secreção fique presa, fazendo com que o apêndice seja dilatado.
O bloqueio pode ser causado por muitos motivos, sendo alguns deles:
- presença de resíduos fecais;
- aumento da espessura da parede do apêndice;
- tumores;
- bloqueio por vermes.
Com o tamanho aumentado, ocorre uma compressão dos vasos sanguíneos e morte da parede.
A apendicite atinge pessoas de qualquer idade ou sexo, mas ocorre principalmente na faixa etária dos 10 aos 30 anos.
Sintomas
Como o apêndice possui poucas terminações nervosas, o processo de compressão dos vasos sanguíneos não provoca dor logo de início. A apendicite só começa a apresentar incômodos quando a membrana que cobre as paredes abdominais (peritôneo) é afetada. O aumento da região pode causar o rompimento do tubo, levando até mesmo à morte.
No momento, a pessoa sente uma dor localizada, na área direita do abdômen, mas algumas pessoas alegam ter uma sensação dolorosa na área do umbigo também.
Pode-se dizer então que a apendicite tem como principais sintomas:
- dor localizada na região direita e inferior do abdome;
- febre;
- vômito;
- náusea;
- perda de apetite;
- mal estar;
- sensibilidade abdominal.
Vale lembrar que estes sintomas podem variar de acordo com cada caso, ou seja, não necessariamente o enfermo irá sentir todos eles. O único sintoma que aparece em toda e qualquer pessoa que sofre de apendicite é a dor.
A apendicite é uma das principais causadoras de dor da região abdominal no mundo todo. No ano de 2013, houve 16.000.000 de casos da doença segundo a OMS e 72.000 deles acabaram em morte.
Detectando sintomas em grávidas e crianças
Em gestantes, a dor pode se localizar numa área diferente, já que o apêndice delas fica mais alto. Já em crianças com 2 anos ou menos, a dor abdominal geralmente fica num local mais baixo, apresentando inchaço na barriga e vômitos.
Crianças com apendicite têm problemas para se alimentar de vez em quando e parecem ter mais sono que o normal. Um forte sinal é que elas podem acabar recusando até mesmo seus alimentos preferidos.
” Nas crianças mais velhas, a dor imita a dos adultos no fato de que começa no umbigo e segue para o quadrante inferior direito da barriga. Ela não melhora se a criança se deitar, mas pode piorar se ela se mover. Se o apêndice da criança estourar, ela terá febre alta.”
— Wikihow
Tratamentos
Geralmente a apendicite é tratada através de antibióticos (casos sem ruptura) ou cirurgia. Se não tratado com urgência, pode desencadear um rompimento do apêndice, causando um abcesso ou uma sepse (infecção sistêmica).
As cirurgias mais comuns utilizadas, de acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein são: laparoscopia, onde se utiliza uma microcâmera de vídeo ou pequenos tubos, inserindo na região afetada, reparando ou removendo o tecido prejudicado, ou apendicectomia, que é a remoção cirúrgica no apêndice.
Preparo para a cirurgia
O especialista Alexandre Fiuza aponta que o procedimento normal para cuidar da doença é realizar um exame de ultrassom ou tomografia, e para concluir o diagnóstico, o processo operatório deve ser realizado com uma média de 12h. Com isso, é necessário que o paciente seja hidratado e tome antibióticos, em caso de deficiências identificadas no exame de laboratório. O jejum deve ser de 6 à 8 horas, para que o processo de videolaparoscopia seja feito sem impossibilitantes.
Doenças que apresentam sintomas semelhantes à apendicite
Como os variados sintomas da patologia são comuns em outras doenças, 20% dos casos analisados são identificados como “falsas apendicites”. As enfermidades que levam à estes diagnósticos são geralmente:
- Anexite (infecção das tubas uterinas);
- Adenite Mesentérica;
- infecções do sistema excretor;
- gravidez ectópica;
- Dismenorreia (alteração na menstruação, com dores intensas);
- Isquemia Mesentérica (do intestino por acidente vascular ou volvo);
- Hérnia intestinal;
- Colecistite aguda;
- Enterocolite;
- Diverticulose.
De qualquer forma, em caso de dor intensa na região lateral direita abdominal, procure um médico com urgência.
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