Refluxo atinge mais de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil

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refluxo

Anda com aquela sensação de azia e queimação no estômago frequentemente? Fique atenta! Você pode estar sofrendo com os sintomas do refluxo.

O que é refluxo e por que aparece?

O refluxo ou DRGE (Doença do Refluxo Gastroesofágico) é caracterizado pela subida do conteúdo do esôfago para o estômago. Esta doença é muito comum no Brasil, acometendo mais de 2 milhões de pessoas por ano, de acordo com estatísticas do Hospital Israelita Albert Einstein.

Entre o esôfago e o estômago há uma válvula que se abre para a passagem dos alimentos, e se fecha imediatamente para impedir que o suco gástrico penetre no esôfago. O refluxo ocorre quando essa válvula não funciona bem.

“O esôfago é responsável pela ligação do estômago à garganta. Quando há subida do ácido gástrico e o órgão não está preparado, há uma irritação da mucosa, gerando consequentemente os sintomas.”

— Dr. Antônio Barros Filho (gastroenterologista)

Sintomas do refluxo

  • Dor na parte superior do abdômen;
  • dor crônica no peito;
  • tosse (depois de comer, à noite ou seca);
  • arroto;
  • azia;
  • indigestão;
  • náusea;
  • regurgitação;
  • vômito;
  • flatulência ou quantidades excessivas de gases;
  • irritação, secura ou pigarro na garganta;
  • mau hálito;
  • rouquidão;
  • dificuldade para dormir.

Em caso de complicações mais graves, pode gerar úlceras, sangramentos e até mesmo neoplasia do esôfago (câncer) e este em específico apresenta 150.000 casos por ano no Brasil, envolvendo principalmente pessoas acima de 40 anos.

É importante lembrar que algumas pessoas possuem o refluxo pelo retardo ou dificuldade de esvaziar o estômago, tendo normalmente o intestino preso, por isso é importante ingerir alimentos ricos em fibras, praticar atividades físicas e beber muita água.

Atenção aos hábitos alimentares

Para quem tem refluxo, a alimentação tende a ficar mais restrita, já que alguns tipos de comida aumentam muito a sensação de queimação. Pensando pelo lado bom, isso também pode auxiliar na perda de peso, pois é necessário que alimentos gordurosos sejam cortados para reduzir os incômodos. Além da gordura, é importante evitar também:

Para viver melhor, é necessário também mudar o modo de se ingerir a comida: mastigando bem os alimentos, evitando comer muito e dando um intervalo noturno de pelo menos 2 horas, entre a última refeição e a hora de dormir, evitando refeições copiosas.

Também é necessário parar de fumar, emagrecer (se houver sobrepeso) e evitar roupas ou cintos apertados.

O que comer?

  • Amêndoas cruas;
  • suco de aloe vera;
  • bicarbonato de sódio com água (1 colher por dia);
  • vinagre de maçã (1 a 2 colheres por dia);
  • maçã vermelha;
  • chá de camomila, hortelã ou feno grego.

Por que é necessário um cuidado especial na parte noturna?

Quando se come e imediatamente se deita, a possibilidade de que aquele conteúdo do estômago volte para o esôfago aumenta, já que a pessoa fica na posição horizontal. Em alguns casos, recomenda-se elevar a cabeceira da cama, para que o peito fique mais alto do que a parte da barriga.

Tontura e dor de cabeça também podem ser causadas por refluxo

Existe uma ligação entre os sintomas digestivos e dores na cabeça, pois a região cerebral que coordena o movimento estomacal é muito próxima da que ordena o labirinto (parte do cérebro responsável pelo equilíbrio). O fato de estarem perto faz com que uma possa interferir no outra.

Tratamentos

1. Medicação

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Existem dois tipos de medicação utilizados com a finalidade de reduzir a acidez do suco gástrico, sendo eles: inibidores de bomba de prótons (omeprazol, esomeprazol, pantoprazol, etc.) e antagonistas do receptor H2 (famotidina, cimetidina, ranitidina, dentre outros).

Estudos indicam que os inibidores da bomba de prótons têm eficácia maior tanto na cura de esofagites quanto no controle sintomático.

A duração deste tratamento pode variar. Como os sintomas podem se tornar crônicos, o uso prolongado de remédios pode ser indicado em boa parte dos casos.

Fatores de risco

“Os riscos potenciais do uso prolongado são má absorção de nutrientes, pequenos aumentos do número de fraturas ósseas depois dos 50 anos de idade (má absorção de cálcio) e de gastroenterites.”

— Dr. Drauzio Varella

2. Cirurgia

A cirurgia de fundoplicação de Nissen é a recomendada nesses casos, feita através de laparoscopia. Neste procedimento, a parte alta estomacal é suturada, ao redor da porção distal do esôfago, para criar uma barreira anti-refluxo.

Depois dos anos 90, as indicações para cirurgia se tornaram mais restritas, pois a eficácia é maior na cura de esofagite do que no controle sintomático. Pessoas foram avaliadas e, depois de uma década, cerca de 60% delas voltaram a tomar medicação.

Você sofre com os sintomas do refluxo? O que faz para amenizá-los? Deixe seu comentário aqui no Saudável e Feliz!

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