O glúten é uma proteína encontrada em cinco cereais muito presentes em nosso cardápio cotidiano: o trigo, o centeio, a aveia, a cevada e o malte (um derivado da cevada). Ou seja, ele está em pães, macarrão, pizza, cerveja, uísque, bolos, salgadinhos, molhos de soja, entre muitos outros produtos industrializados. O glúten pode agir como um energético para o corpo, atuando ainda na melhora do funcionamento do intestino e no aumento da sensação de saciedade — especialmente no caso dos grãos integrais.
Na culinária, ele tem várias funções na produção dos alimentos. Nos pães, por exemplo, é o responsável pela permanência dos gases no interior da massa durante o processo de fermentação, dando ao produto a consistência e o tamanho que conhecemos. Já em cozinhas vegetarianas, é usado para dar mais gosto e consistência aos pratos, pois, quando cozido, fica mais firme (parecido com a carne vermelha) e pode ser servido apenas com a adição de temperos.
Mas, nos últimos anos, muita gente tem fugido do glúten por diversos motivos. Pessoas que têm a doença celíaca, por exemplo — estima-se que cerca de 1% da população —, não podem ingerir glúten de forma alguma, pois seu organismo não processa essa proteína, ocasionando inflamações no sistema digestivo, diarreias, dores abdominais e uma consequente absorção inadequada de nutrientes. E embora seja importante para o funcionamento do organismo, o consumo em excesso de glúten pode trazer sérios problemas de saúde mesmo para quem não é celíaco. Por isso, o melhor é investir em uma dieta balanceada e evitar a ingestão exagerada desse nutriente.
Confira nossas dicas para aproveitar os benefícios que os alimentos sem glúten podem trazer para sua saúde sem radicalizar na dieta.
Melhora na qualidade da alimentação
Grande parte dos alimentos que contêm glúten é altamente calórica e com alto teor de açúcar, como é o caso de biscoitos recheados e bolos industrializados. E um dos grandes malefícios da ingestão exagerada desses produtos é a obesidade — ao chegar ao aparelho digestivo, o glúten gruda nas paredes do organismo, aumentando a gordura na região abdominal.
Ao substituir esses alimentos mencionados acima por alimentos sem glúten, como legumes e alimentos integrais, você terá uma dieta mais saudável.
Melhora no desempenho metabólico
A redução do glúten da dieta reduz também os riscos de inflamações intestinais e estimula o correto funcionamento do metabolismo, melhorando a absorção de nutrientes e diminuindo a retenção de líquidos. Com um metabolismo mais equilibrado e mais ágil, a perda e manutenção do peso adequado ficam mais fáceis, evitando problemas como sobrepeso, obesidade e, consequentemente, doenças cardiovasculares.
Redução de inchaços e desconfortos abdominais
Mesmo em pessoas que não têm a doença celíaca, o glúten pode causar desconfortos, como gazes e inchaços abdominais. Os alimentos sem glúten ajudam a prevenir esses sintomas, melhorando a digestão.
Auxílio no emagrecimento
Ao optar por alimentos sem glúten, você automaticamente está abrindo mão de pizzas, bolos, biscoitos e todos os produtos feitos com farinha de trigo — e que são muito calóricos. Com menor ingestão de calorias, os efeitos na balança serão positivos.
Mas atenção: não adianta trocar os biscoitos com glúten por outros se o seu desejo é emagrecer. Essas opções podem ser ainda mais calóricas e fazer com que você ganhe peso ao invés de perder.
Cuidados na hora de investir em alimentos sem glúten
Alguns grãos, sementes e farinhas são naturalmente alimentos sem glúten, como o arroz, milho, soja, quinoa, linho e amaranto.
Mas é preciso ter alguns cuidados na hora de incluí-los na dieta na forma de produtos refinados, como a farinha de arroz branco ou o amido de batata. Eles podem conter altos índices glicêmicos, afetando a quantidade de açúcar no seu sangue e aumentando o desejo por mais comida.
Opte por alimentos mais saudáveis, como carnes magras, peixes e aves, versões integrais de arroz, frutas, verduras e leguminosas (que também são livres de glúten).
Como identificar a doença celíaca
Como adiantamos na introdução, a doença celíaca é autoimune e se caracteriza pela incapacidade do organismo de processar o glúten. O corpo aciona células de defesa para combater a proteína, causando lesões nas vilosidades intestinais, que são as responsáveis pela absorção de nutrientes. Nesse processo, a pessoa tem fortes dores e distensão abdominal, diarreias e inchaços.
O diagnóstico é feito com a realização de exame de sangue, que identifica a presença de anticorpos específicos para combater o glúten, e uma biópsia do intestino. Se a doença for confirmada, o tratamento é eliminar todo e qualquer alimento que contenha glúten.
Diferença entre doença celíaca e intolerância ao glúten
A existência da intolerância ao glúten é ainda motivo de controvérsias entre médicos. Alguns acreditam que mesmo quem não é celíaco pode desenvolver uma sensibilidade ao glúten. Para alguns profissionais, o que pode ser confundindo como intolerância ao glúten pode ser, na verdade, uma alergia ao trigo.
Para os que defendem a existência da intolerância, ela também causaria um mal-estar ao ingerir produtos que contenham glúten, como gases, desconforto abdominal e diarreias, mas não há, nesse caso, o processo inflamatório do intestino e nem a produção de células de defesa para combater a proteína.
Se você desconfia que não está se dando bem com o glúten, o melhor é procurar um especialista que vai avaliar o que de fato pode estar atrapalhando sua digestão.
Consulte um médico ou nutricionista antes de cortar o glúten da dieta
Os médicos defendem que a retirada completa do glúten da alimentação só deve ser feita em caso de doença celíaca. Reduzir a ingestão dessa proteína pode trazer benefícios à saúde, mas é importante contar com a ajuda de um profissional para equilibrar a dieta e não comprometer a ingestão de outros nutrientes presentes nos alimentos que contêm glúten.
O segredo é sempre manter o equilíbrio. Em uma boa dieta, o glúten ajuda a reduzir a glicemia e os triglicérides, aumenta a absorção de vitaminas e minerais pelo intestino, além de fortalecer o sistema imunológico.
Tem mais alguma dúvida ou sugestão sobre como introduzir alimentos sem glúten na dieta? Deixe seu comentário e compartilhe com a gente suas experiências!