É chamado de gastrite toda e, qualquer inflamação na camada superficial do estômago. Os especialistas subdividem o estômago em camadas e, apenas quando atinge a cama superficial se tem o diagnóstico de gastrite.
“Gastrite é a inflamação da mucosa que reveste as paredes internas do estômago. Há um exame específico para diagnosticá-la com segurança: a endoscopia. Os pacientes costuma classificar qualquer dor de estômago ou mal-estar relacionado à digestão como gastrite, o que nem sempre é correto. É comum, por exemplo, a azia ser considerada um sintoma de gastrite. No entanto, às vezes ela é sintoma do refluxo do ácido estomacal provocado por defeito no músculo que regula a passagem do esôfago para o estômago.”
— Rafael Possik, médico-cirurgião especialista no aparelho digestivo
Gastrite sintomática
É diagnosticada uma gastrite sintomática, quando as pessoas apresentam sinais relacionados com o quadro inflamatório. É muito comum a pessoa se queixar de:
- Azia;
- Queimação no estômago;
- Mal-estar;
- Peso no estômago.
- Gases;
- Náuseas;
- Dor de cabeça;
- Arrotos;
- Soluços;
- Vômitos.
O que causa?
As causas da gastrite são multifatoriais, não existe uma causa específica. Ela pode ser gerada a partir dos fatores:
- Alimentar;
- Uso excessivo de medicação;
- Helicobacter pylori (H. pylori);
- Tabagismo;
- Estresse.
Gastrite nervosa
É evidente que quadros de ansiedade, agitação, nervosismo de um modo geral provocam sintomas gástricos, entretanto, as gastrites são provocadas sempre por um excesso de ácido clorídrico. O diagnóstico de gastrite nervosa não é mais admitido por alguns médicos.
Portanto, quando se tem queixas gástricas persistentes é importante recorrer ao gastroenterologista para se obter um diagnóstico efetivo.
Gastrite erosiva
A gastrite erosiva é o resultado da negligência do tratamento de uma gastrite crônica, ou seja, ocorreu o agravamento devido o não cuidado da doença. A gastrite erosiva causa sangramentos internos, bem como, feridas na parede do estômago.
Gastrite atrófica
Esse tipo de gastrite desenvolve-se quando o revestimento do estômago fica inflamado por um longo tempo. Quase sempre é resultado de uma inflamação causada pela infecção por H. pylori. Essa infecção destrói as células do estômago, pois elimina a barreira de muco que protege o órgão dos sucos ácidos que colaboram na digestão dos alimentos. A gastrite atrófica pode ocorrer também, quando o sistema imunológico ataca as células do estômago, recebendo o nome de gastrite atrófica autoimune.
O Helicobacter pylori (H.pylori)
A gastrite era associada apenas como uma doença de pessoas ansiosa, todavia, foi descoberta a existência de uma bactéria resistente contra o alto teor ácido interno do estômago.
“Há cinco ou dez anos, a bactéria Helicobacter pylori foi encontrada no estômago de pacientes com gastrite ou úlcera. Não existem evidências, porém, que permitam distinguir a relação de causa de consequência, isto é, não se sabe se a bactéria é responsável pelo aparecimento dessas doenças, ou se ela encontra nos pacientes o ambiente ideal para o seu desenvolvimento. Pode-se dizer, entretanto, que se trata de um suspeito sempre encontrado no local do crime e sobre o qual recai a desconfiança, embora não haja provas definitivas para condená-lo.”
— Rafael Possik, médico-cirurgião especialista no aparelho digestivo
Quando mal curada vira úlcera?
Por mais que seja complexo, é importante ter a ciência que não necessariamente uma gastrite será a fase inicial de uma úlcera. A úlcera é uma inflamação (lesão) passa da camada superficial do estômago, ela atinge as camadas mais profundas, é evidente que tudo que atinge as camadas mais profundas, provavelmente já foi superficial.
Uma inflamação local pode acarretar em uma erosão superficial que pode se estender devido à ação do ácido chegando às camadas mais profundas e virar uma úlcera. Todavia, é possível ter uma úlcera por inúmeros fatores sem necessariamente passar pelo processo de uma gastrite. Portanto, nem toda a pessoa que tem uma gastrite terá uma úlcera. São duas situações que não são obrigatórias!
Recomendações ao enfermo!
Diagnóstico
O histórico clínico é de suma importância no diagnóstico da gastrite, bem como, para o tratamento da moléstia, pois determinará as práticas clínicas que serão suplantadas e identificar o fator gatilho da inflamação. A endoscopia é um exame de grande valia para visualizar a mucosa do estômago e, em alguns casos o médico pode solicitar uma biópsia para se obter uma apuração mais detalhada da mucosa estomacal.
Tratamento da gastrite
Antes de abordar sobre o tratamento da gastrite, vale reforçar que quando a pessoa não está disposta a reformular o seu estilo de vida e os seus hábitos alimentares o tratamento estará fadado ao insucesso. Basicamente o tratamento para a gastrite deve estar associado à causa da doença.
Os medicamentos normalmente receitados são: antiácido, inibidor da bomba de prótons, penicilina, antibiótico, medicamentos para diarreia.
Nos casos em que há a associação da gastrite com a infecção do H.pylori, o tratamento deve ser realizado na via dupla, a fim de combater a bactéria e sanar a inflamação. Qualquer tratamento que negligencie uma das vias não será eficaz.
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