Um feocromocitoma é um tumor raro, geralmente não canceroso (benigno), que se desenvolve em uma glândula adrenal.
Entendendo o feocromocitoma
Este tumor da glândula suprarrenal, fica nas células cromafins.
A maioria das pessoas com feocromocitoma tem entre 20 e 50 anos, mas o tumor pode se desenvolver em qualquer idade, já que 10% a 20% são identificados em crianças, geralmente associadas a condições genéticas subjacentes.
“Os FEO (feocromocitomas) são tumores raros que afetam cerca de 1 em cada 2.500-6.500 indivíduos, com uma incidência estimada de 0,8 por 100.000 habitantes/ano.
Contudo, a verdadeira incidência deverá ser superior, pelo elevado número de casos diagnosticados apenas em autópsias. Estes tumores são uma casa rara de hipertensão arterial (HTA) secundária, com uma incidência de 0,3% a 0,5% em doentes hipertensos.
Aproximadamente 5%-7% dos incidentalomas supra-renais são FEO.”
— Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar | Universidade do Porto
Quais os sintomas do feocromocitoma?
Ele libera muitas catecolaminas (aminas que ocorrem naturalmente e funcionam como neurotransmissores), deixando o indívíduo agitado, taquicardico, com sudorese, hipertensão (episódica ou persistente), etc. Existe uma tríade clássica, ou seja, os sintomas mais característicos do feocromocitoma, sendo:
Esses sintomas podem durar até mesmo o dia todo.
Uma curiosidade sobre o feocromocitoma é a “regra dos 10%”, veja:
- 10% dos pacientes com feocromocitoma não tem hipertensão;
- 10% possui o tumor bilateral (nas duas suprarrenais);
- 10% tem a doença de origem familiar;
- 10% acontece nas crianças;
- 10% são malignos;
- 10% recidivam;
- 10% acontecem fora da suprarrenal.
Estas estatísticas em si não são exatamente precisas, ou seja, alguns números apresentam variáveis, como 15% por exemplo, mas como são valores muitos próximos uns dos outros, estabeleceu-se a regra dos 10%.
Principais complicações
Caso o feocromocitoma não seja diagnosticado e tratado, pode desenvolver uma série de complicações fatais, como:
- crises de hipertensão;
- arritmia;
- infarto;
- falência dos órgãos.
Alimentos ricos em tiramina (uma substância que afeta a pressão sanguínea), também podem desencadear uma crise. Isso é comum em alimentos que são fermentados, envelhecidos, em conserva, curados, maduros ou estragados. Estes alimentos incluem:
Além dos alimentos, medicamentos também são capazes de propiciar o problema, como:
- inibidores da monoamina oxidase, como: fenelzina, tranilcipromina e isocarboxazida;
- estimulantes, como anfetaminas ou cocaína.
Quando ver um médico
Os sinais e sintomas do feocromocitoma podem ser causados por várias condições, por isso é importante obter um diagnóstico rápido.
Embora a hipertensão arterial seja um sinal primário, a maioria das pessoas com pressão alta não têm um tumor adrenal. Fale com um médico se algum dos seguintes fatores for relevante para você:
- dificuldade em controlar a pressão arterial elevada com o plano de tratamento atual;
- história familiar de feocromocitoma;
- história familiar de distúrbio genético relacionado a: neoplasia endócrina múltipla tipo II, doença de Von Hippel-Lindau, paraganglioma familiar ou neurofibromatose 1.
Diagnóstico
Muitos acham que o diagnóstico é feito através da dosagem de adrenalina, o que é um equívoco, pois como o nível de adrenalina é instável (podendo ser alterado por algum momento de grande impacto) a mensuração desse hormônio não é suficiente para este fim.
Para diagnosticar, ou seja, fazer a triagem, é feita a dosagem de um metabólito inativo das catecolaminas na urina, chamadas metanefrinas urinárias.
Tratamento para o feocromocitoma
Não tratado, um feocromocitoma pode resultar em danos graves ou com risco de vida para outros sistemas do corpo, especialmente o sistema cardiovascular.
O tratamento cirúrgico para remover o problema geralmente retorna a pressão arterial ao normal.
Os medicamentos usados antes da operação são geralmente:
- alfa-bloqueadores: previne a noradrenalina de estimular os músculos nas paredes das veias e artérias menores, diminuindo consequentemente a pressão arterial;
- beta-bloqueadores: inibe a adrenalina, fazendo com que o coração bata de forma mais lenta e com menos intensidade, além de ser capaz de deixar as veias relaxadas.
Normalmente é feita a cirurgia de laparoscopia, através de pequenas incisões, sendo pouco invasiva. Em grande parte das vezes, toda a glândula é removida, a não ser que outra já tinha sido eliminada em outro caso.
Em caso de tumor maligno, o sucesso da cirurgia só ocorrerá se o tumor e os tecidos metastáticos estiverem isolados, e é necessário um complemento do tratamento com quimioterapia, radioterapia ou terapia alvo, com orientação de um médico especialista em oncologia.
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