Chamada pelos especialistas de Síndrome do Corrimento Inferior, a vulvovaginite, que acontece no trato genital inferior, pode ser dividida em dois grupos: infecciosa (vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase) e não infecciosa (vaginite atrófica
vaginose citolítica e vulvovaginite inespecífica). Para entender melhor os tipos de vaginite, é importante a princípio saber mais sobre o pH íntimo, e como esta doença age de acordo com ele.
O que é o PH?
“A sigla pH significa Potencial Hidrogeniônico, e consiste num índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer.”
Assim como vários alimentos e objetos que utilizamos no dia-a-dia, a vagina também possui um pH. O ideal para a região íntima feminina é ácido, de 4 a 5, como você pode visualizar na imagem acima e essa acidez faz com que esta área esteja protegida.
Quando este pH fica acima ou abaixo do número ideal, ocorre um desequilíbrio, deixando a vagina mais suscetível a problemas, como: infecções, alergias e odores desagradáveis.
Como identificar as vaginites infecciosas?
Vaginose bacteriana
A vaginose não é uma DST, e normalmente é identificada por um conjunto de sinais e sintomas, resultantes de um desequilíbrio da flora bacteriana, trazendo uma diminuição dos lactobacilos e aumento polimicrobiano de anaeróbios (vários microrganismos que não dependem de ar para se desenvolver). Ainda sim, 50% das mulheres que contraem esta doença não apresentam sintomas.
O principal agente da vaginose é a bactéria Gardnerella vaginalis, que prefere um pH vaginal mais alcalino para sobreviver, ou seja, maior do que 4,5. Quando é um quadro clínico que possui sintomas, o mais comum deles é o corrimento, acinzentado ou amarelado, com cheiro desagradável e forte, que piora durante a relação sexual ou a menstruação.
Para o tratamento, o médico normalmente prescreve metronidazol, via oral, em gel ou em creme.
Candidíase
Fatores como hábitos de higiene e vestuário são pontos que influenciam na contração do fungo da cândida. É importante que os médicos orientem o uso de roupa íntima de algodão e a não utilização de roupas apertadas.
Além da vestimenta, stress, imunodeficiência, obesidade, gravidez, alta de estrogênio, uso de corticoides e diabetes, podem propiciar o aparecimento da candidíase.
Das características da candidíase, as principais são a coceira e o corrimento esbranquiçado, com aparência de queijo coalho, sem odor. Esse corrimento tende a piorar durante a noite e com acúmulo de calor na região vaginal.
Dentre as vaginoses, esta é a única que se desenvolve com um pH mais ácido, inferior a 4,5. Por se tratar de uma infecção fúngica, o médico costuma indicar um antifúngico vira oral ou um supositório.
Tricomoníase
É considerada uma DST, sendo responsável por 15 a 20% dos casos de vulvovaginite, causada por um protozoário Trichomonas vaginalis.
Possui grande quantidade de corrimento, de aspecto amarelo esverdeado, bolhoso e com mal cheiro. É possível observar também que o colo do útero fica com aspecto de framboesa ou morango.
Assim como a vaginose, prefere um pH alcalino, ou seja, maior de 5. O tratamento utilizado por especialistas é normalmente com o uso de metronidazol ou tinidazol, via oral.
E as não infecciosas?
Vaginite atrófica
A atrofia vaginal, é entendida como uma secagem e inflamação das paredes vaginais, pela falta da produção de estrogênio. A vaginite atrófica é muito mais comum no período pós-menopausa ou na amamentação. Os principais sintomas são: secura vaginal, ardor, corrimento, sangramento na relação sexual e redução da lubrificação.
Pode-se usar um lubrificante na região vaginal para restabelecer a umidade. Também pode ser indicado o uso de estrogênio tópico pelo médico.
Vaginose citolítica
A vaginose citolítica é caracterizada por um corrimento genital não contagioso, que ocorre devido à hiperacidez, pela produção exagerada de ácidos lácticos. Este líquido vaginal é pastoso, e a pessoa ainda pode apresentar coceira, ardor na hora de urinar e dor na relação sexual.
Este tipo de vaginite é mais comum na 2ª fase do ciclo menstrual. Seu tratamento envolve duchas vaginais de bicarbonato de sódio, na tentativa de diminuir a acidez em excesso.
Vulvovaginite inespecífica
A vulvovaginite muitas vezes não tem causa reconhecida. Este tipo é encontrado com frequência em garotas que ainda não começaram a puberdade. Ginecologistas acreditam que isso se deve ao baixo nível de estrogênio. Quando se inicia a puberdade, a vagina tende a tornar-se mais ácida, e as infecções cessam.
O médico pode prescrever estrogênio tópico, em forma de creme para o tratamento.
Lembre-se, somente um profissional especializado pode indicar a melhor medicação para cada caso, além de mostrar a dose correta e o tempo de tratamento. Acompanhe as orientações médicas e não opte pela automedicação, pois pode ter o efeito reverso e prejudicar ainda mais sua saúde íntima.
Você possui algum dos sintomas? Já passou pela vulvovaginite? Conte para nós nos comentários.
Boa tarde ! Já faz algum anos que veio sofrendo de cistite intersticial , e junto com ela a tão vaginose citolitica, todo mês no período da menstruação é qdo tenho relação. Já procurei vários ginecologista e já tomei de tudo é nada resolve ! Gostaria de saber se vc pode me ajudar em alguma coisa ?
Sinto grata desde já. Bjs
Olá Mara! As duchas vaginais com bicarbonato de sódio podem auxiliar quando o assunto é este. Para preparar o banho de assento de bicarbonato de sódio, use uma colher de sopa para um litro de água filtrada. Despeje o pó na água, que deve estar morna, e sente na bacia por no mínimo 5 minutos ou até que a água fique fria. Repita este procedimento em até 2 vezes por dia, até que sentir que o problema esteja controlado.
Esperamos ter ajudado!
Beijos,
Equipe Saudável e Feliz 😀