Cientificamente chamada de Transtorno de Ansiedade Social, a fobia social atingia 13% dos brasileiros, de acordo com estudos feitos entre 2008 e 2009, podendo ter um número muito mais elevado nos dias de hoje.
O que é fobia social?
A sociofobia traz à pessoa uma sensação de ansiedade em circunstâncias onde a pessoa estaria em um meio social, ou seja, no meio de outras pessoas. Quem sofre com a fobia social acaba sentindo insegurança em relação a seu próprio desempenho em meio aos outros, tendo medo do que os outros poderão pensar sobre suas atitudes. O nível de aflição pode se tornar elevado, levando até mesmo a uma crise aguda de ansiedade.
Este problema pode ser caracterizado em dois tipos:
- generalizado – a pessoa tem medo de quase todo tipo de interação social: dialogar, namorar, comer, sair em locais públicos, escrever na presença de outros, etc;
- restrito – o ansioso tem medo de situações sociais específicas.
Durante circunstâncias sociais, a ansiedade costuma prevalecer, levando a pessoa a um sofrimento psicológico muito grande. Quando o ansioso não se encontra mais na situação, o nível de ansiedade cai drasticamente, o que desencadeia uma tendência à fuga de novas situações.
O Transtorno de Ansiedade Social pode ocorrer antes mesmo de a pessoa ter que interagir com outras, pois ela ficará pensando em como irá se comportar, ativando o medo. Além disso, estudos feitos pela OMS indicaram a sociofobia como um transtorno psicológico, que atinge de 4 a 12% em pelo menos alguma fase de suas vidas.
É importante ressaltar que fatores genéticos também podem influenciar na fobia social, como nos casos de transtorno de pânico, onde a genética interfere em 70% e os psicológicos somente 30%.
Circunstâncias temidas
- Se encontrar ou desenvolver uma conversa com pessoas que não são conhecidas;
- dar demonstrações de interesse amoroso/sexual em alguém;
- dar ou receber cumprimentos de pessoas desconhecidas;
- expressar-se em público;
- fazer amizades;
- ir em uma entrevista;
- praticar esportes, dirigir ou escrever quando alguém está por perto ou olhando;
- trabalhar sendo observado por alguém;
- tocar instrumentos ou cantar publicamente;
- ser filmado ou fotografado;
- dar ou receber presentes;
- caminhar na rua, ser observado e julgado pelas pessoas;
- viajar de qualquer meio de transporte público;
- beber ou comer em público;
- demonstrar sentimentos;
- estar em espaço fechado na presença de gente desconhecida;
- participar de grandes eventos;
- comemorar aniversário ou outra situação que deixe a pessoa como centro das atenções;
- começar um um diálogo com alguém;
- ser apresentado a outras pessoas;
- assinar diante de outras pessoas;
- fazer ou receber ligações;
- atender pessoas no portão;
- comprar roupas novas;
- tomar iniciativas;
- ir na casa de amigos ou outras pessoas;
- ir no médico, dentista, cabeleireiro ou outros profissionais.
“A grande diferença entre a fobia social e as outras fobias é que o maior temor do paciente fóbico social não é de todo ilógico. Ele teme ser avaliado e de fato está sob avaliação num número enorme de situações. Na verdade, todos nós estamos sendo avaliados o tempo todo.”
— Dr. Márcio Bernik
Fobia social e timidez são a mesma coisa?
Não! Estas são coisas parecidas, porém se diferenciam por dois pontos cruciais: a intensidade e o prejuízo. A fobia social costuma prejudicar muito mais a vida da pessoa, pois dificulta o progresso, profissional, escolar e social.
A fobia social tem tratamento?
“Pelo caráter pouco conhecido deste transtorno, muitas pessoas só procuram ajuda quando seu quadro está associado a outros problemas. A fobia social tende a abalar a autoestima da pessoa e pode contribuir para o desenvolvimento de depressão, abuso de álcool e drogas e outros quadros ansiosos.”
— Dr. Artur Scarpato
O principal tratamento é a terapia, onde o profissional irá orientar o ansioso social, identificando como surgiu esse transtorno na vida da pessoa e mostrando que seu medo é irracional, quebrando o esquema de pensamentos negativos automáticos. O terapeuta também pode indicar medicamentos em casos mais intensos, que ajudam no tratamento das manifestações ansiosas.
Lembre-se! Buscar um profissional quando o problema está em fase inicial é muito melhor para a sua saúde mental, tratando o caso com mais rapidez.
Você suspeita ou sofre com a fobia social? Está tratando ou ainda não teve coragem de procurar um profissional? Conte para nós! Deixe seu comentário aqui no Saudável e Feliz.
eu tenho medo de dar presentes pra alguem, sempre neguei isso, agora percebo o quanto é um medo bobo, mas mesmo assim nao consigo superar
Olá Vanda! Algumas fobias devem ser tratadas por profissionais. Procure um psicólogo para trabalhar esse medo.