De acordo com o Ministério da Saúde, o botulismo é uma patologia neuroparalítica de alta intensidade, não contagiosa, que é causada através da ação de uma toxina, liberada pela bactéria Clostridium botulinum.
Existem três formas de botulismo: intestinal, alimentar e por ferimentos.
Todas as formas da doença se caracterizam por manifestações gastrointestinais ou neurológicas, mesmo que a região de produção da toxina botulínica seja diferenciada em cada uma delas.
Como é feita a transmissão do botulismo?
Os esporos (unidades de reprodução) do bacilo Clostridium botulinum são distribuídos em larga escala na natureza, nos solos e sedimentos (pedaços de solo ou de rochas deteriorados em pequenas partes) dos lagos e mares.
Além dos locais apontados acima, os esporos também podem ser achados em produtos agrícolas, como: vegetais, mel, legumes, crustáceos, peixes e parte intestinal dos mamíferos.
Diferentes tipos transmissores:
Botulismo alimentar
Acontece devido à ingestão de toxinas através dos alimentos contaminadores, que foram mal conservados ou tiveram uma produção inadequada.
Os alimentos onde mais se encontra a bactéria são:
- vegetais em conserva (picles, palmito, pepino, etc);
- carne cozida;
- embutidos (salsicha, linguiça, presunto, etc);
- peixes defumados;
- salgados;
- fermentados;
- queijos;
- enlatados industrializados.
O tempo entre a contaminação e o início dos sintomas acaba variando entre 2h a 10 dias, com uma média de 12 a 36h. Quanto mais elevada a concentração da toxina na comida ingerida, menor será o período incubatório.
1. Botulismo por ferimentos
É um dos modos mais raros da doença, sendo causado pela contaminação de feridas com a bactéria. O principal meio de contração são úlceras, fissuras, esmagamento de membros, feridas em regiões mal vascularizadas, agulhas contaminadas ou usuários de drogas inaláveis.
O período incubatório pode durar de 4 a 21 dias, com uma média de 1 semana.
2. Botulismo intestinal
Neste tipo, os esporos encontrados nos alimentos contaminados se fixam e fazem sua multiplicação na área do intestino, onde acontece a produção e absorção das toxinas.
Em pessoas na fase adulta, existem alguns fatores de risco, como cirurgias no intestino, Doença de Crohn, uso de remédios antibióticos por um longo tempo, o que levaria à alterações na flora intestinal. Não se sabe ao certo o período incubatório, por ser impossível identificar o momento correto da ingestão dos esporos.
3. Botulismo instestinal (infantil)
Este na verdade também faz parte do tipo intestinal, mas engloba um grupo específico, que são crianças entre 3 e 26 semanas de vida, sendo um dos principais causadores o consumo de mel.
Estes casos podem ser notados principalmente na Ásia, Austrália, Europa, América do Sul e América do Norte.
Essa doença também pode ser responsável por 5% dos casos de morta súbita em lactantes.
Mesmo que sejam raros, há também casos de botulismo acidental, associado ao uso da toxina botulínica, seja para fim estético ou terapêutico, por um material contaminado ainda em laboratório.
Sintomas
Botulismo alimentar
Podem ser gastrointestinais ou neurológicos, com começo acelerado e progressivo.
Dentre os gatrointestinais estão:
- diarreia;
- náusea;
- vômitos;
- dor abdominal.
Sintomas neurológicos:
- visão turva;
- queda da pálpebra;
- visão dupla;
- dificuldade de engolir;
- boca seca.
Botulismo por ferimentos
- Dor;
- febre;
- ferimento.
- cicatrizes.
Botulismo intestinal (infantil)
“Nas crianças, o aspecto clínico do botulismo intestinal varia de quadros com constipação leve à síndrome de morte súbita.”
— Ministério da Saúde
Além disso, também pode gerar nos pequenas fraqueza muscular, irritabilidade, falta de controle dos movimentos da cabeça, choro, sucção fraca e paralisia descendente, o que pode até mesmo comprometer o sistema respiratório.
Tratamento
“O êxito do tratamento depende do diagnóstico precoce da doença e das condições do local onde será realizado. Quanto antes a pessoa contaminada for levada a uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), maiores as chances de recuperação.”
— Ministério da Saúde
De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, este tratamento é feito através de medicamentos, transfusão de sangue e líquidos intravenosos.
Gostou de saber mais sobre o botulismo? Já teve a doença ou conhece alguém que tem? Conte aqui no Saudável e Feliz e ajude pessoas que podem estar passando pela mesma situação.